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Prazeres do vinho

Qual impacto e “valor agregado” que o vinho causou na economia do Brasil devido à pandemia

O assunto “vinho”, no Brasil, nunca esteve em tanta evidência como agora, o brasileiro nunca tomou tanto vinho como durante a pandemia

Dai Teixeira

12/03/2021 11h18

Qual impacto e “valor agregado” que o vinho causou na economia do Brasil devido à pandemia

Entre janeiro e setembro do ano passado, o consumo per capita no Brasil, por exemplo, teve um aumento histórico de quase uma garrafa, em média 2,68 litros consumidos por pessoa maior de idade, um crescimento de 26% quando comparado a 2019, que teve a marca de 2,13 litros. Os dados constam em estudo desenvolvido pela Ideal Consulting e revelam o bom momento do setor, que teve em 2020 uma das melhores safras da história.

Outro fato que é interessante no mundo dos vinhos é: O que leva uma garrafa a custar mais de R$ 11 mil reais? E algumas degustações de R$ 30 mil por pessoa? Arremates de U$S 140 mil e até mesmo vinhos de R$ 60 mil reais, isso realmente existe? E por quê?

São muitos os motivos que podem fazer com que o vinho ganhe esse valor agregado. Dentro da garrafa, temos um líquido bem trabalhado, que carrega história, tradição, cultura, safra, tempo de guarda, estratégias de marketing, entre outras moléculas que liberam aromas, sabor, além, é claro, experiência de consumo, e outro ponto que também desperta muito para esse valor é: Quantos cientistas em todo o mundo vem pesquisando sobre os benefícios que ele proporciona a saúde, já o considerando até como remédio.

Segundo a Pró-Vinho, que nasceu do desejo de pessoas e de associações que trabalham com o vinho no País de pensar e propor maneiras efetivas de elevar este consumo, de maneira responsável, é claro. O mercado de vinho tem se mostrado amplamente resiliente diante das adversidades econômicas. Foi registrado um crescimento de 17% em 2018 em relação ao volume de 2016, enquanto o PIB no Brasil ficou próximo de 1% a.a. Com um consumo per capita chegando a 1,93 litro/ano, esses números mostram claramente o potencial do mercado mediante o crescimento econômico.

Num panorama de 2019 sobre a vitivinicultura brasileira da Embrapa, desconsiderando-se as importações, em 2019, o setor vitivinícola nacional movimentou R$ 20, 30 bilhões. Com relação aos vinhos e às uvas importadas, o valor movimentado foi de R$ 6,17 bilhões. Em resumo, foram agregados valores ao longo de toda a cadeia produtiva, que geraram um valor final correspondente a R$ 268.090,76, para cada hectare de uva cultivado no Brasil em 2019.

O vinho já é considerado a bebida alcoólica mais saudável do mundo e por muitos deles considerado como alimento, possui uma grande importância histórica e religiosa e remonta diversos períodos da humanidade, pois o seu surgimento em tempos remotos tornou-o um produto que acompanhou grande parte da evolução econômica e sociocultural de várias civilizações ocidentais e orientais. Hoje, portanto, optar pelo vinho e selecionar uma garrafa vai muito além de uma mera escolha entre rótulos, nos faz refletir sobre o passado, presente e o futuro, nos dá a possibilidade de experimentar novas culturas e adquirir novos conhecimentos, incita-nos a curiosidades e a alegrias e, o mais interessante o vinho tem o poder de nos levar a vários países e regiões, sem mesmo sairmos de casa.

Em países com tradição na produção e no consumo de vinho, esta bebida faz parte da cultura e do dia a dia das pessoas, acompanhando as refeições e reunindo amigos e familiares em torno da mesa. O valor de um produto é o que diz respeito à visão ou expectativa do consumidor quanto aos seus benefícios em relação ao que oferece e, dentro desse contexto, o que vale é a experiência, onde o produto em si entrega muito mais do que custou, propriamente dito. Vale lembrar que o mundo do vinho também tem seus status e ícones, a função de despertar desejo e consumo dos milionários e amantes da bebida.

Concluindo, a bebida tida como sinônimo de requinte e prazer no imaginário popular despertou um crescente interesse na sociedade brasileira durante o período de isolamento. O vinho vem ganhando cada vez mais visibilidade e discussão em vários sentidos sociais e econômicos, públicos que nunca sequer pensaram no assunto, hoje já estão procurando cursos e formas de entrar para esse meio.

E se você é do tipo de consumidor que prefere vinhos que caibam no seu bolso, o mercado tá fresco e cheio de novidades, mas se é daqueles que gostam de uma experiência mais completa, com valor agregado, e vinhos mais caros, o mercado também vêm em uma crescente, por exemplo, o vinho mais caro do Brasil foi vendido a R$ 5 mil, um Cabernet Sauvignon da safra 2002 do vinhateiro Vilmar Bettú, uma verdadeira lenda no mercado nacional de vinhos.

Lembrando que o consumo, porém, precisa ser moderado, o vinho tomado de forma equilibrada nesse momento é compreensível, mas cada um deve respeitar suas restrições.

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