Na cozinha, poucos ingredientes têm tanto poder de transformar um prato quanto as ervas e especiarias. Elas são o ponto de equilíbrio entre o sabor e o aroma, e fazem toda a diferença mesmo no mais simples dos pratos.
Dominar seu uso é, portanto, um passo fundamental para quem quer cozinhar com mais personalidade e com menos dependência do sal.
O básico indispensável
Entre as ervas mais versáteis, manjericão, orégano, tomilho, alecrim, salsinha, coentro e cebolinha formam a base de muitos preparos do dia a dia. O manjericão fresco é o aliado natural de molhos de tomate e massas, enquanto o orégano seca bem e se adapta a pizzas, assados e legumes. O alecrim, de perfume intenso, combina especialmente com carnes e batatas. Já salsinha e cebolinha entram no final do cozimento para preservar o frescor e a cor.
O coentro divide opiniões, mas é insubstituível em peixes, moquecas e pratos nordestinos. Para suavizar o sabor, pode-se usar as folhas apenas na finalização, evitando o cozimento prolongado.
Especiarias que fazem diferença
Na categoria das especiarias, algumas merecem lugar fixo na despensa. Pimenta-do-reino é o coringa universal, realçando o sabor sem dominar. A noz-moscada é indispensável em molhos brancos e purês, mas deve ser usada com parcimônia e sempre ralada na hora. O cominho, de aroma terroso, dá profundidade a ensopados e preparos com feijão, enquanto a cúrcuma (ou açafrão-da-terra) colore e perfuma caldos, arroz e frango.
Outras opções, como canela, cravo e cardamomo, ultrapassam o universo dos doces e podem enriquecer marinadas e pratos de carne. Um toque de canela em pó em carnes suínas, por exemplo, traz complexidade e um leve dulçor, que pode tornar seu prato mais interessante.
Como armazenar e preservar o sabor
A durabilidade das ervas e especiarias depende do armazenamento correto. As ervas frescas devem ser guardadas na geladeira, envoltas em papel toalha úmido e dentro de potes fechados. Já as versões secas e as especiarias em pó precisam de recipientes herméticos, longe da luz e da umidade.
Sempre que possível, vale moer especiarias inteiras, como grãos de pimenta, cravo, canela em pau e sementes de coentro, apenas no momento do uso. Isso garante aromas mais intensos e evita a oxidação precoce.
Menos sal, mais sabor
O uso consciente das ervas e especiarias é também uma forma de reduzir o consumo de sal. Misturas como sal de ervas (com alecrim, manjericão e salsinha triturados) ou temperos secos à base de cúrcuma, páprica e alho em pó são alternativas saudáveis e cheias de sabor.
No fim das contas, cozinhar com ervas e especiarias é um exercício de equilíbrio. A medida ideal surge com a prática e com o seu gosto pessoal, mas a regra de ouro permanece: comece com pouco e ajuste ao gosto.