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Entretenimento

Artista Visual Clarice Gonçalves apresenta a mostra “Idílio”

Maternidade solo, sexualidade, socialização e animalidade representam o trabalho da artista de Taguatinga- DF

Tamires Rodrigues

04/02/2022 18h12

Atualizada 17/02/2022 15h01

Foto|Thais Malon

Com curadoria de Luiza Mader Paladino, desde de janeiro que a Referência Galeria de Arte, apresenta a mostra “Idílio” de Clarice Gonçalves. Uma seleção variada das últimas obras da artista como fotografias, cerâmicas e pinturas.

Formada em Artes Visuais pela Unb, Clarice é uma artista independente que busca inspirações do seu cotidiano como mulher, para dar vida às suas obras.

O projeto tem foco em mostrar sobre o ponto de vista artístico um debate sobre a emancipação do feminino ao olhar masculino.

“Como refúgio  para esse corpo refém passei a acessar no corpo e na memória situações idílicas de regozijo. Nesse imaginário, pra mim a natureza é uma constante. Como mãe solo e com escassa rede de apoio, idealizei receber colo, situações de aceitação e pertencimento, de dissolução, me lembrar que somos animais humanos e que somos parte deste universo planetário, parte do reino animal e extremamente dependentes dos outros reinos para nossa sobrevivência”. Conta Clarice.

Clarice Gonçalves – Estigmergia

Produção no meio da pandemia

Uma grande parte das obras selecionadas para a mostra foram criadas durante a pandemia que influenciou significativamente o trabalho de Clarice.

“Com o isolamento social da maternidade intensificado pela pandemia, para além de ser veículo de lugares catárticos, a pintura foi minha ferramenta de fuga e conexão. Recorri através da memória do corpo a momentos, lugares, cenas de acolhimento, conexão com o todo, integração, entrega. Em outros momentos, performei nessa fuga – salvação. Poderia se chamar de sagrado, talvez, esse lugar entre a animalidade matérica, o transe elementar e o fluir do desejo”, explica a artista. 

O Feminino

As obras de Clarice refletem como é ser mulher, e por que para a sociedade ainda julga, expõe, maltrata, violenta o corpo feminino. De forma delicada e singular, ela demonstra em seu trabalho a luta diária das mulheres. 

“Crescemos tendo nossos corpos e comportamentos vigiados, nos é dito que nossa vulva é suja, nosso sangue é sujo, nosso prazer é difícil e deve estar voltado em dar prazer para o outro, crescemos achando que um dia seremos escolhidas, amadas, aceitas”.

Clarice Gonçalves – Pertencimento

A mostra fica em exibição até dia 28 de fevereiro na galeria Referência na 202 Norte, a entrada é gratuita de segunda a sexta das 10h às 19h e sábado das 10h às 15h.  

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