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Entretenimento

Vaias, acidente e gestos políticos marcam o início do Lollapalooza

Não houve chuva nem falhas técnicas capazes de pôr fim à alegria de quem, preso dentro de casa sem shows por mais de um ano durante a pandemia

FolhaPress

26/03/2022 10h14

IVAN FINOTTI, JAIRO MALTA, LAURA LEWER, LUCAS BRÊDA, MARINA LOURENÇO E PEDRO MARTINS
O primeiro dia do festival de música Lollapalooza, nesta sexta-feira (25) em São Paulo, foi marcado por vaias, dirigidas inclusive à organização do evento, e manifestações políticas, com bandeiras empunhadas e gritos contra Putin e a invasão da Ucrânia.
Também houve interrupção de show, acidente com uma pessoa da plateia e o medo que a chuva que caiu sobre a capital paulista causasse transtornos.
Primeiro, vaias contra Bolsonaro, que já havia enfrentado um coro pedindo sua saída do Alvorada no Onix Day, uma espécie de prévia do festival que ocorreu nesta quinta-feira para quem conseguiu ingressos distribuídos por meio de ações publicitárias na internet e nas ruas de São Paulo.
Em tom de chacota, os eleitores de Bolsonaro foram misturados a figuras como Fofão no telão atrás do rapper Edgar, que abriu a programação do palco Adidas por volta das 13h.
A alguns metros de distância, no palco Budweiser, Tico Santa Cruz mandava “acenderem os celulares, isqueiros e baseados”. Entre uma sequência de hits como “Você Me Faz Tão Bem” e uma com as mãos no chão para homenagear o sucesso internacional de Anitta, Santa Cruz disse que “não importa sua ideologia, desde que você esteja no campo democrático”. Mais uma vez, pediram a cabeça de Bolsonaro.
Mais tarde, às 16h, as vaias se voltaram ao próprio festival. É que a organização precisou paralisar o show do The Wombats, que estava prestes a atingir seu clímax, após uma pancada de chuva atingir o Autódromo de Interlagos. Por 40 minutos, um funcionário implorou para que o público se afastasse do palco Onix e de suas estruturas metálicas, com medo de a plateia, ensopada, ser atingida por raios.
A mesma orientação foi dada a quem aguardava, no palco Adidas, a chegada de Pabllo Vittar, que atrasou meia hora devido à tempestade e enfrentou uma falha no microfone, que a deixou sem voz por alguns segundos, mas ainda assim contagiou a plateia com sarradas e reboladas num repertório que mesclou sucessos recentes, como “Rajadão”, com os que a levaram ao estrelato, caso de “K.O.”, uma das mais aguardadas dos fãs.
Durante a apresentação, ela chegou a descer do palco e caminhar entre a plateia, que entregou uma bandeira vermelha estampada com o rosto do ex-presidente Lula. Entre mais um coro de “fora, Bolsonaro”, pedidos da volta do petista e até alguns “fuck Putin” em crítica ao presidente russo, a drag queen se despediu do festival ovacionada.
Se o medo da organização era que caísse um raio na plateia, o que acabou por desabar foi a estrutura metálica. Com cerca de três metros de altura, a peça, que fazia parte de uma ação publicitária, atingiu um homem que estava em frente ao palco Adidas.
Ele foi socorrido com sangramentos, mas consciente, e levado à estrutura hospitalar do festival para receber os primeiros socorros. Até a conclusão desta edição, a organização não informou o estado de saúde da vítima.
Mas não houve chuva nem falhas técnicas capazes de pôr fim à alegria de quem, preso dentro de casa sem shows por mais de um ano durante a pandemia, ansiava pela volta do festival, que sofreu uma série de adiamentos e, com isso, inúmeras alterações em sua programação.
Prova disso foi que, logo pela manhã, era possível ver um público mais numeroso do que o costume neste horário caminhando pelo autódromo.
A energia parecia tão contagiante que até Matuê, diante de uma plateia que não é sua, estreou com o pé direito e fez um dos shows mais importantes de sua carreira, pondo todos para cantar a plenos pulmões sucessos como “Máquina do Tempo” e “Banco”.

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