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Musical sobre história de Belchior revela inspirações do ídolo

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes nasceu em Sobral, no Norte do Ceará, no dia 26 de outubro de 1946

Redação Jornal de Brasília

27/03/2024 16h54

Foto: Divulgação

Por Manuela Mendonça e Sophia Santos
Agência de Notícias Ceub/Jornal de Brasília

A peça ‘‘Belchior – Ano passado eu morri, mas esse ano não morro’’, que conta a história de vida do ícone cearense da Música Popular Brasileira (MPB) revive a juventude e outras fases da vida do artista (1946 – 2017) através de uma dramaturgia formada por trechos de suas entrevistas passadas.

O musical, que esteve em em cartaz em Brasília, está agora em turnê pelo Brasil.

“Para as pessoas sonharem”

O diretor, produtor, dramaturgo e figurinista Pedro Cadore idealizou o espetáculo em 2018. Em turnê pelo Brasil, já atraiu mais de 40 mil pessoas. “Essa peça é uma possibilidade de fazer as pessoas sonharem’’, explica Cadore. 

Inicialmente, o projeto acontecia de forma independente, sem qualquer patrocínio. A obra foi exibida pela primeira vez em 2019 no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, mesmo local de maior número de shows feitos pelo próprio Belchior.

Hoje, o trabalho recebe apoio financeiro da empresa Infraero Aeroportos e contribuição do Ministério da Cultura, o que é visto pela produção como uma ótima possibilidade de se manter em cartaz por mais tempo. 

“Forte e intenso”

Segundo Pedro, o musical desde o início teve uma recepção muito favorável dos fãs, público e familiares do cantor, com as sessões sempre lotadas.

‘‘Foi desde o começo muito forte e intenso, com visita da família, dos filhos, todos eles sempre muito positivos, com a peça, a gente tem uma felicidade imensa de ter muitas pessoas da família do Belchior na plateia. Então, primos, tias, irmãos, irmãs, sobrinhos, filhos, filhas, todos eles podem ir e continuam indo pra nós, é sempre uma grande felicidade recebê-los’’, relata o diretor.

“Nos emocionamos em ver uma produção sobre a obra do nosso pai tão alinhada com a proposta artística dele. O foco nas palavras de Belchior, tanto de músicas quanto de entrevistas, enaltece o compromisso do espetáculo com a sua filosofia. Desejamos vida longa ao musical e que ele alcance o Brasil inteiro”, celebram Camila e Mikael Henman Belchior, filhos do homenageado.

Quem foi Belchior

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes nasceu em Sobral, no Norte do Ceará, no dia 26 de outubro de 1946. Logo cedo, o cantor e compositor foge de casa para ser noviço capuchinho no Mosteiro de Guaramiranga (CE).

Quando o cearense entende que isso não era o que desejava seguir, vai para o eixo Rio-São Paulo, no começo da década de 70, na tentativa de promover suas canções. 

Sua primeira grande conquista profissional acontece quando Elis Regina, forte referência do MPB, canta em um de seus espetáculos “Velha Roupa Colorida” e “Como Nossos Pais”, duas composições do artista.

Desde então, sua carreira foi marcada pela constante mutação de personagens que ele se propunha: um hippie recém chegado do Nordeste vivendo num prédio em construção e um poeta fã de Carlos Drummond de Andrade, Luiz Gonzaga e Bob Dylan. 

Acerca de um mundo desconcertado, o artista acreditava na potência transformadora da arte e do amor na vida das pessoas. Foi responsável por compor canções cheias de críticas sociais, voltadas ao capitalismo e a ditadura militar, por usar suas músicas como instrumento ativo de posicionamento político e ideológico.

Sua poesia profunda é lembrada por gerações por conta de sua voz única e inconfundível que conquistou milhares de corações e mentes.

Nos seus últimos dez anos de vida, o cantor se isolou da sociedade e das mídias sociais. Ele morreu em 2017.

Elenco

Com todo o elenco e produção vindos do Rio de Janeiro, a peça é formada por uma banda e dois atores.

Enquanto Pablo Paleólogo representa Belchior, o ator Bruno Suzano interpreta o personagem recorrente nas canções de Belchior, conhecido como “Cidadão Comum”.

Já a banda, é composta pela baterista Emília B. Rodrigues, a baixista e violinista Silvia Autuori, e por Rico Farias e Thomas Lenny na guitarra e no teclado. 

O evento tem como produção geral Rodrigo Medeiros e a dramaturgia por Cláudia Pinto, ambos acompanhados por Pedro Cadore, que declara o projeto como “integralmente brasileiro e que valoriza as raízes da nossa cultura”. 

Próximas paradas

O musical contabiliza mais de 100 apresentações em 8 cidades e 17 teatros desde a sua origem. Em 2024, deu abertura no Distrito Federal, com pretensão de volta no segundo semestre desse mesmo ano. 

Sua agenda, até o momento, conta com apresentações em João Pessoa, Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. Além de Vitória, Belo Horizonte e Natal, que são três cidades que visitarão pela primeira vez. 

O diretor afirma que têm planos de percorrer por Salvador e Maceió e que há forte interesse em visitar outros lugares.

“Ainda falta muitas partes, principalmente na região Norte, que é muito nosso objetivo. Eu desejo muito ir pra Manaus, Belém… Ontem me falaram de Roraima também, que é uma cidade muito militarizada. Então, às vezes, nesses lugares que a gente tem que passar, por mais que seja sofrido’’, revela Pedro.

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