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Música

Sinfonia da Emoção: Andrea Bocelli ao vivo

Tenor italiano celebra seus 30 anos em show único hoje na capital, com convidados especiais, como a cantora Sandy e o filho Matteo

Thaty Nardelli

21/05/2024 11h31

Andrea Bocelli. Crédito: Robin Little/Redferns

Andrea Bocelli. Crédito: Robin Little/Redferns

No palco da vida, ele é uma sinfonia de emoção e talento, uma voz que transcende o tempo e toca os corações de milhões. Andrea Bocelli, um mestre da música que transforma cada nota em poesia e cada melodia em uma jornada emocional, apresenta-se nesta terça-feira (21/5), na Arena BRB Mané Garrincha, às 21h. O tenor traz para seu show convidados especiais: a cantora Sandy, o filho Matteo Bocelli, que toca junto ao pai pela primeira vez no Brasil, além da soprano Cristina Pasaroiu e Carlo Bernini, pianista e maestro, que volta ao país como regente nesta turnê, além de outros.

Em entrevista ao Jornal de Brasília, Bocelli, 65, compartilhou memórias relacionadas à música que ficaram marcadas em sua infância.O primeiro é quando me foi dado um disco com a voz de Franco Corelli, que muitos anos depois se tornaria meu mestre. Ouvir aquela interpretação magistral do Improviso de “Andrea Chénier” foi uma espécie de iluminação e contribuiu para direcionar meu destino. O segundo é quando, a pedidos insistentes de amigos e parentes para cantar para eles, tomei consciência de que a música poderia se tornar minha profissão”, relembra o tenor.

“Além disso, tenho uma lembrança precisa do meu primeiro concurso de canto: ainda usava calções curtos quando, durante as férias de verão na Versilia, na costa toscana, fui incentivado pelo meu tio a participar de um concurso organizado pelo ‘Caffè Margherita’ de Viareggio. Cantei ‘O Campagnola bella’ e ‘O sole mio’. Ganhei e tive minha primeira ovação”, completa Andrea.

Andrea Bocelli. Crédito: Luca Rosseti/ Divulgação
Andrea Bocelli. Crédito: Luca Rosseti/ Divulgação

Em um mundo em que vários estilos musicais se destacam e ganham novos seguidores, Andrea conta sobre os desafios e recompensas de ser um cantor de ópera. Para o tenor, cada gênero tem suas obras-primas capazes de emocionar, divertir e melhorar as pessoas enquanto as escutam ou cantam e diz que, apesar de sua formação clássica e estudos vocais ligados à ópera, é um grande apreciador do pop. “Isso ocorre desde a época em que, ainda jovem, cantava em piano-bar, ampliando gradualmente o repertório e descobrindo um mundo novo para mim e muitas joias nesse campo”, conta o tenor. “Já há mais de cem anos, colegas excelsos, como Enrico Caruso, Tito Schipa e muitos outros ídolos da ópera, enfrentavam paralelamente um repertório de grandes canções e romances de autor. Da minha parte, apenas procurei dar uma modesta contribuição para uma lufada de ar fresco na ópera: um mundo que talvez corresse o risco, às vezes, de esquecer sua vocação popular. Nas minhas propostas, a principal distinção continua sendo entre música boa e música ruim. E, como sempre digo, o desafio é divulgar e defender a qualidade, onde quer que ela esteja”, completa.

Dos clássicos italianos às emocionantes baladas contemporâneas, ele tece uma história musical que transcende fronteiras e culturas. Para interpretar uma peça da melhor maneira e dar-lhe um significado, Bocelli diz que, antes de tudo, é preciso se apaixonar por ela, pois só assim a música pode entrar em profunda sintonia com sua sensibilidade. “Todas as peças que tenho no repertório atendem a essa peculiaridade, fundamental para que eu possa transmitir os valores que sinto e nos quais acredito. No âmbito operístico, é realmente difícil identificar não apenas uma única peça, mas também um único autor: a ópera é o paraíso da música e tenho a sorte de poder interpretar aqueles heróis do melodrama tornados inesquecíveis pelo gênio de autores como Giacomo Puccini, Giuseppe Verdi, Umberto Giordano”, adianta. 

Quanto ao papel da música clássica e da ópera na sociedade moderna, Bocelli é seguro e diz que “francamente, não teme por sua sobrevivência. A música clássica, tanto sinfônica quanto operística, é uma forma artística que eleva o espírito, pois permite expressar o inexprimível. É um bem de valor inestimável, alcançado após séculos de estudos, tentativas e voos do espírito”.

Andrea Bocelli. Crédito: Robin Little/Redferns
Andrea Bocelli. Crédito: Robin Little/Redferns

Com um repertório diverso e aguardado pelo público, o maestro italiano fará um passeio em sua trajetória, já que a turnê celebra os seus 30 anos na música.  “Quanto ao repertório pop, poderia mencionar dezenas de nomes, mas cito ‘Time to Say Goodbye’ porque é uma peça da qual nunca me canso de cantar e que significou muito para a ascensão da minha carreira. De certo modo, é um ‘clássico’ e estou muito feliz, algumas semanas atrás (na ‘Noite dos Oscars’), por ter apresentado uma versão renovada, em duo com meu filho Matteo”, conta. Matteo Bocelli se apresentará pela primeira vez no país. Juntos, gravaram o sucesso “Fall On Me” em 2018, que tem mais de 400 milhões de streamings nas plataformas digitais.

Além de Matteo, a cantora Sandy é a artista brasileira convidada para se apresentar ao lado de Andrea Bocelli. Os dois artistas firmaram a primeira parceria em 1997, gravando juntos uma versão de “Vivo Per Lei”.

O tenor também convidou a soprano Cristina Pasaroiu, que tem no currículo mais de 45 papéis principais de representações das maiores óperas da história, como “Carmen e La Traviata”. Caroline Campbell, conhecida como a “violinista das estrelas” por suas parcerias com grandes nomes da música internacional, repete a parceria com Andrea Bocelli, com quem já tocou na icônica comemoração dos 300 anos do Jubileu de Aparecida, em 2016. Carlo Bernini, pianista e maestro, volta ao país como regente nesta turnê. A Orquestra Jovem do Estado e o Coral Jovem do Estado de São Paulo sobem ao palco com Andrea Bocelli. 

A apresentação ainda terá a participação dos dois bailarinos Angelica Gismondo que, em 2021, foi convidada para estrear no lendário festival em Lajatico, “O Teatro del Silenzio”, ao lado de Bocelli, com quem se apresentou também em Macerata, na Arena Sferisterio, em um concerto beneficente para a Fundação Andrea Bocelli; e Francesco Costa, dançarino italiano que já esteve ao lado do tenor no Teatro Del Silenzio, na Itália.

Andrea Bocelli em Brasília
Terça-feira (21/5), às 21h, na Arena BRB Mané Garrincha. Venda online: Eventim.
Bilheteria Oficial (sem taxa de conveniência): Brasília Shopping.
Classificação etária: 16 anos (menores podem acessar acompanhados por responsável legal).

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