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Literatura

Crônicas de Luthera – Gellian

Livro dos brasilienses H. R. Hikes e Eddy Samadahi sai da mesa do jogo de RPG para a literatura

Gilberto Rios

02/03/2021 9h30

Atualizada 01/03/2021 17h01

Por muitos anos nenhum romance de literatura fantástica – ficção científica, fantasia e o horror – estavam autorizados a aparecer na lista dos livros mais vendidos na história literária. Um dos fatos mais curiosos diz respeito à obra de Stephen King que nos anos de 1970, vendeu um milhão de exemplares em um mês, mas ele não aparecia em nenhuma lista dos livros mais vendidos, enquanto um livro que vendeu seus 50 mil exemplares figurou na primeira posição.

Estes gêneros se somavam á outros como o faroeste, o mistério e o suspense, todos eles não eram considerados literatura. O mercado editorial americano ditava as regras e as normas da chamada literatura.

No Brasil esse preconceito também foi forte e até declarações inoportunas foram dadas sobre o segmento, como foi dada por uma autora brasileira consagrada onde ela afirmou que um livro de fantasia como a série Harry Potter “não é literatura, é uma besteira”.

Mas os escritores de fantasias levados por seu mundo fantasioso, não deu bolas para os comentários maldosos e milhares deles surgiram de todos os cantos do Brasil. O mundo do faz-de-contas, do imaginário popular ganhou proporções até hoje nunca vistos e o segmento ganhou notoriedade e seguidores de todas as idades.

Obras como “Crônicas de Luthera” que nasceu a partir de um jogo de RPG, com os seus criadores Eddy Samadahi e H. R. Hikes vieram pela contramão do negócio. Primeiro o jogo, depois a sua escrita literária. Assim nasceu “O Planeta Luthera” um Universo criado em jogo que ganhou vida na trilogia “Crônicas de Luthera”, foi desta forma que surgiu o livro, na mesa do jogo.

Impressionado com o mundo que o filho H. R. Hikes havia criado, Eddy Samadahi propôs a trilogia. Escrito a quatro mãos, a obra “Crônicas de Luthera – Gellian” é o primeiro volume da saga com venda na Amazon.
A história é ambientada no planeta Luthera, onde a paz está sempre por um fio. A tensão entre os habitantes aumenta quando uma misteriosa bruma surge e começa a destruir toda a vida que lá existe. A salvação está em Gellian, único rapaz capaz de deter o vilão Amókito e o seu exército responsável pela praga.

O grande problema é que Gellian é inexperiente e possui um lado obscuro incontrolável… Fica a dúvida para o leitor: o protagonista será capaz de cumprir a profecia e salvar Luthera ou se renderá às suas fraquezas?
“A imagem some. Em seu lugar, Gellian se vê no topo de uma montanha, rodeado por mortos-vivos e observando gigantesca extensão devastada, enquanto se diverte com a visão do sofrimento do povo. Ao seu lado, Amókito compartilha sua alegria profana. Gellian desespera-se. Iria tornar-se cúmplice de Amókito e ainda ajudá-lo num destino negro? As imagens desaparecem subitamente. Ele decide colocar o medalhão no pescoço, evitando que qualquer outra pessoa veja aquelas previsões indignas sem seu consentimento.”

H. R. Hikes e Eddy Samadahi
H. R. Hikes e Eddy Samadahi

Para os fãs de alta fantasia e dos famosos jogos de RPG de mesa, Crônicas de Luthera atende aos leitores mais exigentes e atentos a tudo que envolve um novo universo: cronologia, geografia, relações culturais e diplomáticas entre os povos, raças, animais fantásticos e o mais importante, muita ação!

Eddy Samadahi desde criança em Araruna, no interior do Paraná, antes de se mudar para Brasília, tinha como brincadeira favorita criar mundos de fantasia, que povoava dando vida aos seus brinquedos preferidos: pequenas peças descartadas de automóveis, que se transformavam em heróis, vilões, monstros, robôs e todo tipo de criaturas mágicas, inspiradas quase sempre nas histórias dos gibis de super-heróis que lotavam os armários do seu quarto. Seu parceiro nesta trilogia H.R. Hikes é um apaixonado por jogos de interpretação, o autor cresceu junto com estes jogos. Morador de Brasília, além de estudante de jogos digitais (sua outra grande paixão), especializou-se na arte de narrar as eletrizantes sessões das sagas que cria, cativando uma leva cada vez maior de amigos que o acompanham já há alguns anos e o aclamam como Mestre de RPG.

Estes fenômenos – jogos e fantasia – já vinham sendo delineados há tempos, mas foi somente em 2001, com a febre dos filmes “O senhor dos anéis”, de J.R.R. Tolkien que o mundo da fantasia engrenou. Mas indubitavelmente foi graças à “besteira literária” de Harry Potter, de J.K. Rowling que jogo virou para os escritores de fantasia, eles liberaram seus bruxos, elfos, anões e gnomos das suas gavetas indo direto para o prelo.

Grupos de escritores de fantasia surgiram no Facebook e o mais importante deles “Escritores de Fantasia se ajudando” de Flávio Salazar, ganhou notoriedade. Neste grupo alguns escritores que lá se encontram foram adotados por editoras de médio porte, a fantasia ganhou espaço e leitores no meio literário, sem o papo da “concorrência”, mas sim união, todos saíram lucrando com o grupo.

Nesta semana destacamos “Crônicas de Luthera – Gellian” o primeiro volume da saga dos adotados por Brasília os escritores H. R. Hikes e Eddy Samadahi.

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