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Kátia Flávia
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Zezé di Camargo faz beicinho político, grava vídeo no Instagram e pede pra tirar seu especial do SBT do ar

Incomodado com Lula no SBT News, cantor transforma o Natal em protesto pessoal, fala em nome de Silvio Santos e levanta a pergunta que não quer calar: faria isso com ele vivo?

Kátia Flávia

15/12/2025 8h35

foto jbr (44)

Zezé Di Camargo criticou o SBT por evento com Lula e outras autoridades. Foto: reprodução/Instagram

Zezé di Camargo decidiu que a melhor forma de resolver um incômodo político não era no telefone, nem no camarim, nem numa conversa reservada com a emissora que o consagrou. Preferiu o palco mais barulhento de todos. O Instagram.

Foi em vídeo, publicado nas próprias redes, que o cantor resolveu fazer seu pronunciamento solene. O motivo. A presença do presidente Lula na inauguração do SBT News, na sexta-feira, dia 12. Resultado imediato. Zezé pediu publicamente que seu especial de Natal não fosse exibido. Cancelou o próprio Natal em nome da convicção.

No vídeo, o sertanejo diz que não se reconhece no atual posicionamento da emissora e aponta diretamente para as filhas de Silvio Santos, afirmando que as decisões de hoje estariam em desacordo com a visão política do fundador do canal. Ou seja. Além de cantor, Zezé assumiu o papel de intérprete oficial do pensamento do Silvio Santos versão póstuma.

O discurso veio embalado naquele pacote clássico de indignação moral. Juramento por Deus, frases sobre honra, família e valores, e um fechamento dramático digno de cena final de novela. “Se puderem, não precisa passar meu especial, não quero participar disso”.

Até aí, cada um com seu beicinho político. É aqui que euzinha cruza as pernas, ajusta o óculos e pergunta sem rodeio.

Zezé teria feito esse mesmo vídeo, com esse mesmo tom, usando o nome de Silvio Santos, se o Silvio estivesse vivo?

Porque quando Silvio comandava o SBT, presidentes passaram pela emissora. Políticos de todos os espectros sentaram no sofá, deram entrevista, participaram de eventos. E curiosamente, nunca houve vídeo indignado, nunca houve pedido para tirar especial do ar, nunca houve esse teatro todo em nome da “visão do fundador”.

O que há agora é conforto. Conforto de falar por quem não pode responder. Conforto de pressionar uma emissora pela rede social.

No fim das contas, não é sobre Lula.
Não é sobre o SBT.
É sobre palco e coragem seletiva.

E coragem seletiva, convenhamos, costuma aparecer só quando o dono do microfone já não está mais na sala.

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