Não é todo dia que a política municipal sai do discurso morno e pisa firme na realidade. Mas quando pisa, faz barulho. E fez. O vereador André Santos saiu da sessão desta terça-feira na Câmara Municipal de São Paulo com duas vitórias que não cabem em nota protocolar. Cabem em manchete.
De um lado, a violência contra a mulher, que insiste em transformar vidas interrompidas em números frios. Do outro, famílias esmagadas pela rotina exaustiva do câncer, vivendo entre consultas, tratamentos longos e filas que não esperam ninguém. André Santos levou as duas pautas ao plenário e saiu com aprovação dupla.
Aqui não tem política de enfeite. Tem enfrentamento direto.

O Projeto de Lei 307 de 2025 altera o Calendário Oficial da cidade para incluir a Semana de Combate ao Feminicídio Vitória Regina de Sousa. E o gesto não é simbólico à toa. Dar nome é impedir o esquecimento.
A semana passa a ser espaço institucional para campanhas, debates, ações educativas e mobilização social contra o feminicídio. Uma resposta concreta a uma violência que ainda insiste em se repetir, apesar de todas as promessas.
Vitória Regina de Sousa deixa de ser apenas uma vítima lembrada em silêncio e passa a ser referência permanente na luta pela proteção das mulheres. Política pública também é memória. E memória também protege.
O segundo projeto aprovado, o PL 532 de 2024, mexe diretamente na rotina de quem vive a realidade do câncer. A proposta garante prioridade no atendimento a famílias que tenham membros diagnosticados com neoplasia maligna, em tratamento sem remissão nos últimos cinco anos.

Não se trata apenas do paciente. Trata-se de toda uma estrutura familiar que vive sob tensão constante, desgaste emocional e desafios práticos diários. A prioridade no atendimento reconhece essa sobrecarga e oferece algo raro no serviço público. Acolhimento com dignidade.
As duas aprovações colocam o vereador André Santos em posição clara. A de quem escolhe pautas difíceis, sensíveis e, muitas vezes, evitadas. Feminicídio e câncer não rendem discurso fácil. Rendêm responsabilidade.
Os projetos seguem agora para sanção. Mas o recado político já foi dado. Quando a Câmara decide agir com seriedade, o impacto atravessa o prédio e alcança a cidade inteira.