Thalita Zampirolli é coroada embaixadora Internacional do Miss Universe Trans Brasil e protagoniza campanha contra o preconceito

A modelo e atriz Thalita Zampirolli, ícone de representatividade trans, marcou presença na final nacional do Miss Universe Trans Brasil (MUT Brasil), que aconteceu na noite desta segunda-feira (30), em Porto Alegre, no teatro Unisinos. Diretamente de Boston, ela foi coroada como Embaixadora Internacional do MUT Brasil, um cargo de grande importância que marca sua luta e dedicação à causa trans. No evento, a rainha da Camisa Verde e Branco usou um vestido prateado, todo cravejado com cristais Swarovski, e combinou a produção com brincos e um colar árabe, avaliados em 1 milhão de reais.

Zampirolli será a figura central de uma nova campanha da plataforma MUT Brasil, dedicada à conscientização e ao combate ao preconceito e à discriminação. Sua trajetória como mulher trans, empresária e artista destaca-se como um exemplo de superação.

— Hoje, mais do que nunca, precisamos falar sobre a realidade da mulher trans e tudo o que pensamos, para sermos quem sempre sonhamos ser. Tenho uma família maravilhosa que me deu todo amor e suporte, mas sei que essa não é a realidade da maioria das mulheres trans — afirma Zampirolli, enfatizando a importância de uma rede de apoio e de representatividade.

Aos 33 anos, Thalita Zampirolli construiu uma carreira internacional como modelo e atriz, destacando-se por ser a primeira brasileira trans a atuar em um filme de Hollywood. Sua estreia no cinema internacional aconteceu com o curta-metragem The Roommate, dirigido por Fabio Anffe, que foi premiado em diversos festivais internacionais, recebendo 13 prêmios.

Além de sua atuação no audiovisual, Thalita também brilha no Carnaval, onde foi rainha de bateria de renomadas escolas de samba. Thalita Zampirolli continua a marcar presença no Carnaval, retornando ao Espírito Santo em 2025 como rainha de bateria da escola de samba capixaba “Chegou o Que Faltava” e estreando no Carnaval de São Paulo como rainha da escola de samba “Camisa Verde e Branco”, à frente do Carro Abre-Alas da agremiação paulista.

Ao longo de sua carreira, Thalita Zampirolli tem lutado para mostrar que a mulher trans é mais do que um corpo sexualizado, defendendo que, como qualquer outra mulher, pode estar onde quiser. Sua coroação como Embaixadora do MUT Brasil reforça seu compromisso com a causa e a luta por uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

Apesar de sua bem-sucedida trajetória, Thalita enfrentou inúmeros desafios devido ao preconceito. — As portas se fecharam para mim quando souberam que eu era trans. Tive medo de nunca mais poder trabalhar no meio artístico ou como modelo. Mas fico feliz em ver todo esse avanço em relação à representação de minorias no audiovisual — comenta.

Com uma carreira consolidada e uma crescente presença internacional, Thalita Zampirolli tornou-se um símbolo de resistência e representatividade. Sua participação na final do MUT Brasil reforça o compromisso do concurso em promover ações afirmativas e combater a discriminação.

O Miss Universe Trans Brasil não é apenas um concurso de beleza, mas uma plataforma que incentiva a formação de lideranças e o empoderamento da comunidade trans em todo o país. Thalita Zampirolli, com sua história de luta e sucesso, será uma figura fundamental nessa missão.

Sobre Thalita Zampirolli
Natural de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, Thalita começou sua carreira como modelo e atriz ainda jovem. Com formação em Desenho Industrial e Artes Cênicas pela escola de Wolf Maya, participou de diversas produções brasileiras, como A Força do Querer e Malhação, além de ser conhecida por sua atuação em Berenice Procura, ao lado de Vera Holtz. Morando nos Estados Unidos desde 2018, Thalita divide-se entre sua carreira artística e seu instituto de beleza em Boston.

Além de seu trabalho como atriz e modelo, Zampirolli é uma defensora incansável dos direitos das pessoas trans, sempre utilizando sua visibilidade para abrir portas para outras mulheres. Sua participação no MUT Brasil promete ser um marco na luta pela igualdade e representatividade da comunidade trans.