Meu amor, se você achou que o roteiro do filme sobre o atentado ao Bolsonaro já era fantasia demais, espere até conhecer o making of, porque aí sim a ficção perde feio para a vida real. O set de Dark Horse, gravado em São Paulo, virou uma mistura de novela mexicana com surto coletivo. E não é exagero desta perua que vos narra, é denúncia atrás de denúncia.
O ator e figurante Bruno Henrique contou que entrou para trabalhar e saiu quase nocauteado por um segurança americano que, pelo visto, confundiu Memorial da América Latina com ringue de UFC. Teve tapa na mão, soco, rasteira e um arrasto digno de cena deletada de ação barata. E tudo isso porque o moço não tinha onde guardar o celular, já que a produção proibiu o aparelho, mas não deu sequer um armário para salvar a dignidade.
E não para por aí. Pagamentos atrasados, cachês abaixo do mínimo, contratos tortos, taxas indevidas e, claro, a cereja podre do bolo: comida estragada. Gente passando mal, gente fazendo xixi na roupa porque não podia ir ao banheiro. Hollywood, querida, mas versão Wish.
Enquanto isso, o elenco americano desfilava com tratamento cinco estrelas, buffet digno de hotel e zero dor de barriga. Já a equipe brasileira ganhava um kit lanche digno de excursão escolar mal planejada. A diferença de tratamento era tão gritante que até xamã da Amazônia ficaria chocado.
Os sindicatos entraram em estado de combustão. Sated e Sindicine já avaliam acionar judicialmente a produção e afirmam que nada do que deveria ter sido cumprido foi cumprido. Contratos sigilosos, condições nebulosas e uma sensação geral de que alguém achou que poderia operar no Brasil como se fosse terra de ninguém.
A produtora, claro, soltou nota padrão dizendo que está tudo lindo, tudo legal e tudo dentro das melhores práticas. Práticas de onde, exatamente? Do Triângulo das Bermudas? Porque algo ali fez desaparecer bom senso, respeito e comida fresca.
No fim, o que deveria ser um blockbuster virou um case de como arrumar treta internacional em poucos dias. O filme ainda nem estreou, mas o making of já merecia um Oscar de pior produção do ano. E olha que a concorrência é forte.