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Kátia Flávia
Kátia Flávia

Para o Papa, o problema não é o prazer no casamento, é o prazer sem amor

Nova orientação da Igreja provoca terremoto teológico ao reconhecer o sexo conjugal como expressão afetiva e não apenas reprodutiva.

Kátia Flávia

05/12/2025 14h22

Nova orientação da Igreja provoca terremoto teológico ao reconhecer o sexo conjugal como expressão afetiva e não apenas reprodutiva.

Amor, você acredita que até o Vaticano está entrando no século vinte e sempre? Pois é. A Kátia Flávia acordou hoje, abriu a porta, sentiu cheiro de incenso e fofoca teológica, e quase caiu sentada. O Papa Leão 14 resolveu reorganizar o imaginário católico e anunciar, com todas as letras, que a Igreja não é contra o prazer. Sim, minha filha. Contra o prazer? Não. Contra o prazer sem amor. Segura esse cálice.

O documento divulgado no fim de novembro chega como uma espécie de terremoto suave, daqueles que bagunçam a cristaleira, mas não derrubam a estátua do santo. O texto diz que o ato sexual dentro do casamento tem uma finalidade que vai além da procriação. Ele cria união, fortalece laço, gera pertencimento, harmoniza casal que anda surtando com boletos, filhos, vida e rotina. Milagre? Quase.

A doutrina, assinada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, deixa clara a defesa da monogamia tradicional entre homem e mulher, mas abre uma fresta saborosa ao afirmar que o sexo não se resume a fazer bebê. O prazer conjugal passa a ser visto como parte da caridade, da entrega e, principalmente, como diálogo emocional. Se tiver amor, está liberado. Se for só ginástica, a Igreja pede: calma, respira, pensa, escolhe melhor o motivo.

E não para por aí. O texto ressalta que, dentro do casamento, o casal pode viver sua intimidade com afeto, sensibilidade e até certo erotismo, desde que isso esteja alinhado à fidelidade e ao compromisso. O prazer deixa de ser tratado como pecado automático e passa a ser, pasme, fonte de alegria e de gratidão. A Kátia Flávia leu isso e quase fez o sinal da cruz ofuscada. Quando foi que Roma ficou tão poética?

Especialistas lembram que, embora não seja exatamente uma revolução, é uma guinada simbólica enorme. Aquela visão que chamava sexo de algo perigoso, sujo ou exclusivamente reprodutivo já vinha sendo revisada desde o século passado, mas agora aparece com verniz oficial. E mais: reforça que o problema nunca foi o prazer. O problema sempre foi o prazer sem amor, sem entrega, sem responsabilidade emocional. Sem esse fator, a Igreja diz que é só vazio, só ego, só fogueira sem sentido.

Do outro lado da cortina do confessionário, há quem torça para que esse movimento abra caminho para futuras discussões sobre métodos contraceptivos. Os especialistas mais progressistas veem nisso uma fagulha. Os mais conservadores, um susto.

O resumo dessa história santa e picante?
A Igreja finalmente reconhece, sem escândalo e sem rodeio, que o sexo no casamento não é só função reprodutiva. É afeto, é vínculo, é entrega, é poesia. Mas precisa ser amor. Porque, na nova cartilha papal, prazer sem amor é igual a vinho azedo: existe, mas não serve para sacramento nenhum.

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