Menu
Kátia Flávia
Kátia Flávia

Netflix reabre o crime mais caro do mundo e Lili Safra volta ao centro do tabuleiro

Um incêndio impossível, um bilionário morto e uma viúva poderosa demais para ser apenas coadjuvante.

Kátia Flávia

21/12/2025 11h00

Um incêndio impossível, um bilionário morto e uma viúva poderosa demais para ser apenas coadjuvante.

Prepare o sofá, o vinho barato e o coração forte, porque a Netflix resolveu brincar de detetive com um dos crimes mais blindados do planeta. Aqueles que não gostam de perguntas, favor tampar os ouvidos.

O novo documentário da Netflix joga luz, holofote e lupa sobre o assassinato do banqueiro Edmond Safra, morto em 1999, dentro de um apartamento de luxo em Mônaco, cercado por segurança, dinheiro, poder e silêncio. Muito silêncio.

A versão oficial diz que foi incêndio criminoso provocado por um funcionário. Pronto. Caso encerrado. Mas só no papel. Porque na vida real essa história nunca dormiu tranquila. Nunca colou. Nunca fechou.

E quando um caso não fecha, ele apodrece por dentro.

Foto: Divulgação |Netflix

O documentário vai empilhando perguntas que a elite internacional sempre tentou varrer para debaixo do tapete persa. Como um homem bilionário, com acesso controlado, monitoramento constante e proteção de Estado morre queimado dentro do próprio banheiro? Como ninguém viu? Como ninguém impediu? Como tudo deu tão errado?

E é aí que entra o nome que nunca sai de cena, mesmo quando não diz uma palavra.
Lili Safra.

Toda vez que o caso Safra volta ao noticiário, Lili reaparece como sombra elegante sobre o tabuleiro. Viúva, herdeira, gestora do legado, comandante de uma das maiores fundações filantrópicas do mundo. Uma mulher que transformou luto em poder e silêncio em estratégia.

Foto: Reprodução

O documentário não a acusa. Mas também não consegue ignorá-la. Porque depois da morte de Edmond, foi Lili quem reorganizou o império, circulou entre reis, presidentes e magnatas, e seguiu intocável enquanto o mundo especulava.

E o povão, agora com controle remoto na mão, começa a fazer o que sempre fez melhor: perguntar alto o que os ricos cochicham baixo.

A Netflix faz um serviço perigoso. Populariza um mistério de gente grande. Leva para a sala de casa um crime que sempre foi tratado em reuniões fechadas, longe de microfone e longe de ata.

O resultado? A história volta a feder. Volta a incomodar. Volta a levantar teorias, dúvidas e aquela sensação indigesta de que a verdade, se existe, nunca andou sozinha.

Mônaco segue linda. Luxuosa. Fotogênica. Mas o documentário lembra que nem o endereço mais caro do mundo é imune a tragédia, ganância e perguntas sem resposta.

E Lili Safra continua exatamente onde sempre esteve. Acima do barulho, cercada de poder, dinheiro e silêncio. O tipo de personagem real que não precisa se defender. Porque, nesse jogo, quem fala demais geralmente já perdeu.

A Netflix passou. A ferida abriu. E quando o luxo sangra, o espetáculo é inevitável.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado