Morreu aos 85 anos o cantor Lindomar Castilho, um dos nomes populares da música brasileira nas décadas de 1970 e 1980. O artista vivia recluso em Goiânia e enfrentava o Parkinson havia mais de dez anos. A causa da morte não foi divulgada pela família.
Apesar do sucesso nas paradas e do apelido de Rei do Bolero, Lindomar teve sua trajetória marcada de forma definitiva por um crime que chocou o país. Em março de 1981, no auge da carreira, ele matou a ex-esposa, a cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros, dentro da boate Belle Époque, em São Paulo, enquanto ela se apresentava no palco.
Eliane tinha 26 anos e era mãe de uma das filhas do cantor. O crime transformou Lindomar em manchete policial e encerrou de forma brutal qualquer tentativa de separação entre sua obra musical e sua vida pessoal. Ele foi julgado em 1984 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Nos últimos anos, Lindomar Castilho levava uma vida reservada, longe dos palcos e da exposição pública. O velório acontece neste sábado, a partir das 13h, no Cemitério Santana, em Goiânia.

A morte foi confirmada pela filha, Lili de Grammont, que publicou um longo desabafo nas redes sociais. Em uma das mensagens, ela afirmou que o pai “também morreu em vida” no momento em que tirou a vida da mãe. Segundo ela, “o homem que mata também morre” e o crime representou o fim de uma família inteira.
Lindomar emplacou sucessos populares como Você é Doida Demais e Eu Amo a Sua Mãe. A primeira chegou a ser usada como tema de abertura da série Os Normais, da TV Globo. Ainda assim, para grande parte do público, seu nome permaneceu associado muito mais à tragédia do que à música.
A morte do cantor reacende um dos episódios mais sombrios da história do entretenimento brasileiro, onde fama, violência e machismo se cruzaram de forma irreversível.