Clientes relatam que mesmo pagando por serviços de alto padrão, passageiros da classe executiva ainda enfrentam situações que colocam em xeque a experiência premium prometida por algumas companhias aéreas internacionais.
O empresário Marcio Clare, considerado um nome influente no meio empresarial brasileiro e sócio de grandes projetos no país, relata ter vivido um episódio de frustração com a Qatar Airways após adquirir duas passagens em classe executiva, no valor superior a R$ 100 mil, para viajar com o filho a Doha, onde assistiria à final entre Flamengo e PSG.

Segundo ele, as passagens foram regularmente compradas, aprovadas e pagas com cartão de crédito de sua titularidade, sem qualquer contestação da operadora financeira. Ainda assim, dias após a confirmação da compra, a companhia aérea solicitou o envio de uma foto do cartão, pedido que foi prontamente atendido.
“Mesmo após o pagamento confirmado e todas as informações fornecidas, recebi um e-mail informando o cancelamento do voo por ‘motivos de segurança’, sem qualquer explicação objetiva. Meu cartão é meu, estava no meu nome, foi aprovado e não houve nenhuma irregularidade apontada pela operadora”, afirma Marcio Clare.

O empresário relata que, além da falta de esclarecimento, não houve reacomodação em voo equivalente, e as tentativas de contato com a companhia ficaram restritas a canais de atendimento automatizados. “Em nenhum momento consegui falar com alguém que explicasse claramente o que aconteceu. Para quem paga por um serviço premium, a expectativa é, no mínimo, transparência e suporte adequado”, completa.
Especialistas em direito do consumidor apontam que cancelamentos unilaterais, sem justificativa clara e sem oferta de alternativas compatíveis, podem configurar falha na prestação de serviço, independentemente da classe tarifária. Procurada, a Qatar Airways não se manifestou até o fechamento deste texto.