Há notícias que não pedem pressa. Pedem cuidado. A internação de Maurício Kubrusly em uma UTI, após um acidente doméstico na Bahia, é uma dessas. Não é só mais um nome conhecido no hospital. É um pedaço inteiro do jornalismo brasileiro que, de repente, fica frágil.
Kubrusly sofreu uma queda em casa, onde vive com a esposa, Beatriz Goulart, no sul da Bahia. Foi transferido para a UTI no domingo e passou por um procedimento para drenagem de um hematoma. O hospital não divulgou detalhes adicionais sobre o estado de saúde. E esse silêncio, nesse caso, fala alto.
Ele tem 80 anos. Carrega no corpo o tempo e na história uma trajetória que atravessou gerações. Desde 2018, vive longe do barulho das redações, em uma comunidade à beira-mar, depois do diagnóstico de demência frontotemporal, tornado público apenas em 2023. Uma doença dura, que apaga nomes, memórias e até o reconhecimento do próprio passado. Um destino cruel para quem viveu de observar, narrar e lembrar.