Amadas, quando o presidente do Brasil resolve dar nome aos bois, não é fofoca, é recado. Luiz Inácio Lula da Silva entrou de sola no episódio envolvendo Zezé Di Camargo e a atual gestão do SBT e deixou claro que não gostou de nada do que ouviu.
Nesta quinta-feira, 18, Lula prestou solidariedade pública às filhas de Silvio Santos e classificou como cretinice o ataque feito pelo cantor. Disse, sem rodeio, que Zezé não teria coragem de usar o mesmo tom se estivesse falando de homens. Disse mais. Que o alvo foram mulheres que hoje comandam uma das maiores emissoras do país.
E pediu que essa solidariedade fosse transmitida a elas. Traduzindo para o português claro. Passou do limite.
Enquanto isso, no SBT, o clima já estava irrespirável e virou gelo. O especial Natal é Amor, que teria Zezé como protagonista, foi cancelado. Nos bastidores, o cantor passou a ser tratado como persona non grata, daqueles que não entram nem pela porta dos fundos.
Convite agora? Só se alguém apertar o botão errado.
O estopim foi uma cerimônia com a presença de Lula e do ministro Alexandre de Moraes. Incomodado, Zezé correu para as redes sociais, gravou vídeo, criticou a presença das autoridades e atacou diretamente a direção do SBT, hoje nas mãos das filhas de Silvio Santos.
Disse que a emissora estaria traindo os valores do fundador e disparou a frase que implodiu qualquer chance de diálogo. Falou em prostituição. Falou em filhos que não honram pai e mãe. Falou demais.

Internamente, a reação foi imediata. Uma das irmãs da direção afirmou à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que houve indignação com o uso do termo para se referir a uma empresa comandada por mulheres.
Resumo da ópera, meus amores. Quando o presidente chama de cretinice, não é opinião, é aviso. Zezé perdeu o tom, o SBT perdeu a paciência e Lula deixou claro de que lado está. Quando o respeito sai do palco, a plateia muda e o show acaba.