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Kátia Flávia
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“O contato tátil com a morte é horrível, é quando você realiza o que aconteceu, o frio da pessoa”, relata Glória Perez quando encontrou a filha morta

Daniella Perez foi assassinada na Zona Oeste do Rio de Janeiro com golpes de faca que deixaram seu coração exposto

Kátia Flávia

23/07/2022 8h00

Atualizada 22/07/2022 17h25

Daniella Perez foi assassinada na Zona Oeste do Rio de Janeiro com golpes de faca que deixaram seu coração exposto

Glória Perez aparece sensível em documentário sobre a morte da filha, na HBO, e dá detalhes do momento em que encontrou o corpo da filha. A escritora de novelas famosas consegue nos transportar para a pele de mãe de Daniella ao descrever a cena que é acompanhada de muita emoção. Jamais sentiremos a dor de Glória , mas podemos garantir que sentimos nossa parcela dessa dor horrível.

“Eu vi o tênis, eu saltei do carro em movimento e sai correndo para lá, a medida que você vai correndo vai subindo a imagem até você ter a pessoa inteira. Ela estava lá e ao pé dela olhando assim pensativamente estava o advogado, só vi ele. Tinha vontade de dizer: ‘Levanta!’. Sabe, você acha que a sua chegada é mágica, que você vai tirar ela daqui. O contato tátil com a morte é horrível, e quando você realiza o que aconteceu, o frio da pessoa”, diz Glória .

Perez ainda diz que a presença de um filho é sempre lembrada e que não há vida da mãe sem a lembrança de um filho. “Você tem vontade de recolher, de botar no seu ventre de novo, de colocar no ninho outra vez, porque aí você se dá conta que você não tem um filho você nasce com um filho, porque depois que um filho nasce você não consegue mais lembrar de sua vida sem a presença dele. Você repassa a sua vida e a presença dele sempre está ali”, contou.

A escritora ainda conta que fechou os olhos de Daniella. “É uma coisa dura você fechar os olhos de um filho, e aí eu não senti mais nada, eu vi que quando a dor é demais, anestesia. Eu fui invadida por um vazio, era um cérebro sem rumo tentando entender que aquilo tinha acontecido. Você se sente isolado”, disse.

A artista ainda reflete que perdemos a oportunidade de estar a última vez com as pessoas que amamos, lembrando que não pode almoçar com a filha no dia de sua morte.

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