Durante um discurso, em uma sede da igreja Assembleia de Deus, em Goiânia, a pastora e eleita senadora Damares Alves, fez graves acusações ao tentar incentivar que os fiéis votem no candidato Jair Messias Bolsonaro, no segundo turno das eleições presidenciais.
Em seu discurso a pastora afirma: “Fomos para a Ilha do Marajó e lá nós descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas por lá”. Ressaltando que a ilha faz fronteira com diversos lugares, ela continua: “Nós temos imagens de crianças brasileiras, que quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem durante o sexo oral. Nós descobrimos que essas crianças comem comidas pastosas para que o intestino fique livre para a hora do sexo anal”.
Após fazer tais acusações, a eleita ao senado, afirma que o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, está enfrentando uma “guerra espiritual”, pois ao se levantar contra todas essas potestades, e dizer que iria atrás de cada uma das crianças mencionadas acima, o inferno se levantou contra o político.
Vale lembrar que, apesar de tentar, em momento algum Damares consegue associar essas acusações diretamente ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva ou até mesmo ao partido no qual ele é filiado, PT.
Gostaria de entender uma coisa. Se eles realmente descobriram isso tudo, porque o governo, em especial o presidente, não anunciou publicamente o que estava fazendo para acabar com o tráfico de crianças? Para mim, isso não passa de uma estratégia de ‘pânico moral’, que geralmente é usado por pessoas de extrema direita e que aplicado com maestria pela futura senadora Damares.
Que existe tráfico infantil e casos de pedofilia nas Ilhas de Marajó, é obvio e isso acontece há séculos, mas tentar associar essa situação ao ex-presidente Lula e ao Partido dos Trabalhadores é claramente uma estratégia eleitoral.