O Brasil sequer abriu a boca e o planeta já está com as pernas bambas. O sorteio saiu, meu bem, e cravou no calendário universal: 13 de junho, Brasil x Marrocos, nos Estados Unidos, local ainda indefinido, suspense digno de final de novela, aquela coisa que deixa até santo tremendo.
A seleção mal respirou e o jogo já virou assunto de cabeleireiro, de boteco, de grupo de WhatsApp, de astrólogo e de gente que não sabe nem onde fica Marrocos no mapa, mas jura que entende tudo de Copa. E não é pra menos: é estreia, é impacto, é a virada de chave emocional do brasileiro que, com a mesma intensidade, critica o time e já manda fazer camiseta temática.
E a parte deliciosa? Não tem estádio definido.
Ou seja, os EUA viraram um tabuleiro de jogo da vida. Pode ser Nova York, pode ser Dallas, pode ser um deserto com telão, pode ser um estádio congelado onde até a bola treme. Ninguém sabe. Ninguém confirma. Ninguém respira. E a internet já colapsou em teorias conspiratórias, agendas indecifráveis e prints de passagens aéreas que ninguém deveria estar comprando ainda.
Do outro lado, Marrocos chega com ares de quem adora estragar festa alheia. O time que encantou a última Copa aparece de novo com aquela postura de “não vim passear”, aquele olhar de predador discreto que faz o torcedor brasileiro engolir seco, sorrir amarelo e fingir que está tudo sob controle.
Brasil, por sua vez, carrega o peso da camisa e o peso das expectativas. O jogo nem começou e já tem especialista proclamando vitória, desastre, renascimento, apocalipse e redenção tudo ao mesmo tempo. É o brasileiro sendo brasileiro, transformando amistoso em final e sorteio em drama shakespeariano.
E 13 de junho cai num sábado.
Ou seja, prepare o coração porque é o tipo de data que desregula o país inteiro. Supermercado esvazia, cervejeira congela, vizinho grita, cachorro late, torcida improvisa bandeirão na sala e alguém sempre aparece pintado de verde e amarelo só da cintura pra cima porque esqueceu de trocar a bermuda.
Agora é aguardar o local, aguardar o apito, aguardar o colapso emocional coletivo.
Porque quando o Brasil entra em campo, o planeta gira diferente. E contra o Marrocos, em estreia de Copa… meu amor… é aquele caos delicioso que já nasceu clássico.