Gatas, respirem fundo porque o cinema brasileiro acaba de acionar o modo infiltrado. O Agente Secreto furou a segurança de Hollywood, entrou no Globo de Ouro pela porta da frente e ainda pediu um spotlight extra. A indicação a Melhor Filme em Língua Não Inglesa caiu como um dardo certeiro nessa temporada que anda implorando por emoção.
O filme, dirigido pelo sempre afiado Kleber Mendonça Filho, entrega um neo noir político daqueles que não pedem licença. A trama, ambientada em 1977, mergulha no Brasil da ditadura enquanto acompanha Marcelo, vivido por um Wagner Moura que não atua. Ele simplesmente encarna, suga o ar da sala e te arremessa dentro da paranoia do regime. É tensão, sombra, silhueta, crítica e elegância cinematográfica num único pacote.
E não pensem que essa indicação veio do nada. O Agente Secreto já passou por Cannes distribuindo bafão. Voltou com prestígio, prêmios, tapinha nas costas da crítica internacional e aquele burburinho quente que só cresce. As associações de críticos dos EUA meteram o filme em listas de melhores do ano. A campanha nos Estados Unidos está afiada, com sessões especiais para votantes, avalanche de elogios e um boca a boca que mata qualquer concorrente sonolento.
O clima é tão favorável que até Wagner Moura entrou no radar como possível nome forte da temporada. O Brasil não está apenas participando. Está competindo. Está cutucando. Está fazendo Hollywood olhar para cá com aquela sobrancelha levantada de quem pensa. Opa, o jogo virou.
E claro, isso tudo significa uma coisa. O Agente Secreto não é o filme que vai representar o Brasil na temporada de prêmios. Ele é o filme que vai desafiar a temporada inteira. Se o mundo não notou ainda, relaxa. A gente grita. Porque espionagem boa é aquela que chega sorrindo, mas ameaça ganhar tudo.