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Kátia Flávia
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Bernardo Dugin registra b.o. contra padre por homofobia: “O demônio está na representação do ódio, não na representação do amor”

O padre em questão estava celebrando a missa de sétimo dia de um familiar do ator, quando cometeu o crime.

Kátia Flávia

02/05/2023 17h00

O padre em questão estava celebrando a missa de sétimo dia de um familiar do ator, quando cometeu o crime.

Infelizmente mais um caso de homofobia e preconceito está tomando conta da internet, mas pra piorar dessa vez o crime de homofobia aconteceu dentro de uma igreja, local onde as pessoas deveriam se sentir acolhidos. No fim da tarde de ontem (01) o ator Bernardo Dugin utilizou as suas redes sociais para publicar um vídeo onde relata a homofobia que sofreu durante uma missa na qual participou no último domingo.

“É com muita dor e tristeza que registro um crime contra a minha existência. A igreja e a liberdade de expressão não podem servir como escudo para propagação de ódio e preconceito. Agradeço a 151ª DP de Nova Friburgo – RJ pelo acolhimento e atendimento. Isso aconteceu ontem, em uma missa no Colégio Nossa Senhora das Dores, realizada pelo Pe Antonio Carlos dos Santos.”, legendou o ator.

No vídeo, Bernardo conta que acabou de sair da 151ª DP de Nova Friburgo – RJ, onde registrou uma ocorrência de homofobia, que ocorreu durante a missa de sétimo dia de um de seus familiares, crime esse que foi praticado pelo padre que celebrava a missa.

“Fiz um registro de ocorrência contra um crime que aconteceu comigo ontem (domingo, 30 de abril). Foi um discurso de ódio, um discurso homofóbico de um padre dentro de uma missa. Era a missa de sétimo dia de um familiar meu, um momento muito difícil para toda a minha família. Estavam presentes meu pai, minha mãe, minhas avós, meu namorado, meu irmão, minha cunhada e meus sobrinhos — de 8, 10 e 13 anos”, iniciou.

Logo em seguida, Bernardo revela o momento e como o crime foi praticado pelo sacerdote, que além do relatado, segundo ele, também disse outras barbaridades.

“Na hora da homilia, o padre disse, entre outras barbaridades que ele havia dito antes: ‘O demônio está entrando na casa das pessoas de diferentes formas para destruir as famílias na representação da união de pessoas do mesmo sexo, homem com homem, mulher com mulher'”, explicou o ator.

Por fim, Dugin decidiu falar diretamente com o padre. Afirmando que não reagiu no momento em que o padre estava falando por respeito a sua família, o ator alertou ao padre que atitudes como a que ele teve  podem levar as pessoas a cometerem suicídio, e declara que para refletir sobre o assunto ele terá queresponder pelo crime que cometeu judicialmente. 

“Padre, ontem, o senhor teve o meu silêncio. Em respeito a minha família, eu me levantei e saí da missa. Mesmo assim, depois que eu saí, o senhor continuou dizendo que quem se incomodou com o seu discurso, que essa era a verdade. Agora o senhor vai ter que responder na justiça pelo crime que cometeu. Porque essas palavras ferem não só a mim e a minha família. Essas palavras ferem muitas pessoas, todos os dias, do Brasil. Isso fere a saúde mental, a saúde física e você sabe o que acontece com esse tipo de discurso de ódio lá na ponta, com casos de depressão, não-aceitação, suicídio e morte. É como se o senhor, padre, tivesse apontado uma arma e disparado o gatilho. Pensei muito se iria gravar este vídeo ou não, mas enquanto cidadão fiz o meu dever. O demônio está na representação do ódio, não na representação do amor”, finalizou Bernardo.

Após a repercussão do caso, a equipe do Colégio Nossa Senhora das Dores, onde foi realizada a missa, utilizou as redes sociais para se pronunciar sobre o assunto, lamentando o ocorrido e afirmando que assim como o Papa Francisco prega, o Colégio repudia todos os tipos de discurso de ódio.

“O Colégio Nossa Senhora das Dores, há 130 anos, contribui com a educação de crianças e jovens a partir de uma Pedagogia Humanista, aliando excelência acadêmica e valores cristãos. Comungamos com a perspectiva do Papa Francisco sobre o Evangelho verdadeiro de Jesus: amar e respeitar, sem distinção, todas as pessoas como irmãos. Isso supõe total respeito e acolhimento às diferenças e recusa obstinada a toda e qualquer forma de discriminação. O CNSD repudia, veementemente, todo discurso de ódio e incitação à violência de qualquer natureza. Esclarecemos à comunidade que a indicação de sacerdotes para as liturgias da Capela do CNSD é de inteira responsabilidade da Diocese de Nova Friburgo. Lamentamos, profundamente, o ocorrido na homilia do dia 30/04, que feriu muitas pessoas e somos solidários às suas dores”, pronunciou.

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