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Kátia Flávia
Kátia Flávia

A Grande Inundação. O filme que fez o Brasil pensar: “Isso podia ser comigo”

Não é sobre água, é sobre abandono, desespero e a sensação de que, quando tudo dá errado, cada um se vira como pode.

Kátia Flávia

21/12/2025 10h00

Não é sobre água, é sobre abandono, desespero e a sensação de que, quando tudo dá errado, cada um se vira como pode.

Amores, ontem eu e minhas amigas do Cosme Velho resolvemos nos juntar pra assistir ao filme Inundação aqui em casa, resultado? Ficamos todas meio tortas da cabeça. Fiquei apavorada, abatida, engasgada de tristeza e com aquela melancolia que gruda na alma.
O filme é perturbador, sufocante, daqueles que apertam o peito e não pedem licença. Uma experiência intensa, desconfortável e impossível de ignorar.

Todo mundo está comentando A Grande Inundação porque esse filme não parece ficção. Parece jornal. Parece vizinhança. Parece Brasil.

E sabe por quê? Porque ele mexe com um medo que todo mundo conhece.

Foto: Divulgação/ Netflix

A água sobe, a casa alaga, o caos começa. Mas o maior susto não é a enchente. É perceber que ninguém vem ajudar. Defesa civil não chega, autoridade some, telefone não funciona. Quem já passou aperto entende na hora.

Não tem herói, não tem milionário, não tem salvação mágica. É mãe, filho, vizinho, gente tentando salvar documento, foto antiga e a própria dignidade. O público se vê ali porque aquilo é vida real, sem maquiagem.

Foto: Divulgação/ Netflix

Quem já perdeu casa, emprego, parente ou chão entende esse filme no estômago. A água vai levando as coisas e junto vai a esperança. É pesado? É. Mas é honesto.

O Brasil abraçou esse filme , porque aqui todo mundo conhece uma tragédia anunciada. Chove demais, falta estrutura, sobra descaso. O brasileiro olha pra tela e pensa: “isso aí já aconteceu aqui perto”. Não é entretenimento. É identificação.

Foto: Divulgação/ Netflix

Não tem final feliz , Não tem discurso bonito, não tem abraço coletivo, não tem música pra aliviar. Acaba seco, duro, igual muita história real. E é por isso que o filme continua na cabeça depois que sobe o crédito.

A Grande Inundação virou febre porque não fala de um lugar distante. Fala do quintal do povo. Fala de quem já ficou ilhado, esquecido, esperando ajuda que nunca chegou.

Esse filme não assusta. Ele reconhece.

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