Vanessa Mesquita escolheu onde, quando e para quem falar. E isso muda tudo. A campeã do BBB 14 dá sua primeira entrevista após a internação em uma clínica psiquiátrica no programa Sensacional, comandado por Daniela Albuquerque, na RedeTV!, nesta segunda-feira, dia 15, em horário nobre, por volta das 22h30.
Não foi live improvisada. Não foi texto filtrado por assessoria. Foi televisão aberta, luz branca, câmera ligada e coragem em estado bruto.
Vanessa senta no sofá do Sensacional sabendo exatamente o peso do que vai dizer. O programa, que há anos aposta em conversas profundas, vira cenário para uma fala que não pede colo. Pede atenção.
“A depressão também sorri.” A frase, dita por ela, não é poética. É um tapa elegante na cara de uma sociedade viciada em aparência. Vanessa escancara que o sorriso pode ser apenas uma estratégia de sobrevivência.
Ela fala para o público da TV aberta. Para quem nunca entrou numa clínica. Para quem acha que depressão tem cara. Para quem confunde força com silêncio. Fala para mulheres que sustentam tudo. Para famílias que exigem tudo. Para quem nunca teve tempo de cair.
Ao relembrar as perdas familiares, Vanessa revela que nunca conseguiu viver o luto. Sempre foi o alicerce. Sempre disponível. Sempre forte. Até quebrar.
A dor veio em capítulos. Primeiro a insônia. Depois o vazio. Dormia duas horas, acordava com pensamentos ruins, com uma saudade que virou doença. A depressão entrou sem pedir licença.
O relato mais duro vem quando ela fala das conversas com Deus. Não era vontade de morrer. Era vontade de parar. Um pedido de descanso que assusta, mas explica.
Vanessa ficou 25 dias internada após ingerir uma alta dose de medicamentos para dormir. Lá dentro, criou vínculos, se apegou a outras histórias, até perceber que repetia o padrão de sempre. Cuidar do outro antes de cuidar de si.
A clínica virou espelho. E limite.
Vanessa encerra a entrevista deixando um aviso que não cabe em legenda bonitinha. Procure ajuda. Procure tratamento. Não romantize o sofrimento.
Ela diz, com voz firme, que hoje entende como é bom estar viva. Estar aqui. E isso, vindo de quem esteve no limite, pesa mais do que qualquer discurso motivacional.