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Filha de Daniela Mercury e Malu acusa Cássia Kis de LGBTfobia ao Ministério Público

Márcia Verçosa de Sá Mercury diz ter ficado ‘estarrecida’ ao ouvir declarações discriminatórias

FolhaPress

27/10/2022 19h07

Foto: Reprodução

MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP

Uma das filhas da cantora Daniela Mercury e da empresária Malu Verçosa acionou o Ministério Público do Rio de Janeiro contra a atriz Cássia Kis. Bacharel e pós-graduanda em direito, Márcia Verçosa de Sá Mercury acusa a artista de LGBTfobia.

Em entrevista à jornalista Leda Nagle, Cássia Kis afirmou que famílias compostas por pessoas LGBTQIA+ representam uma “ameaça sobre a família” e destroem a vida humana. “Não existe mais o homem e a mulher, mas é a mulher com a mulher e o homem com o homem”, disse ela.

“O que é que está por trás disso? Destruir a família, sem dúvida nenhuma. Mas destruir a família só? Não. Destruir a vida humana. Porque, que eu saiba, homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Então, como é que a gente vai fazer?”, afirmou ainda.

Ao Ministério Público fluminense, Márcia Verçosa de Sá Mercury afirma que as declarações atingem e ferem coletivamente pessoas LGBTQIA+ por sugerir que elas representam uma ameaça.

“Falas como a da representada [Cássia Kis] não devem ser vistas apenas como polêmicas ou algo menor. Devem ser nomeadas pelo que de fato são: discriminação LGBTfóbica, um crime”, afirma.

Como filha de um casal de mulheres lésbicas, Márcia diz que se sentiu atacada, e até chorou, por causa das palavras discriminatórias. Na representação, ela lembra que sua família foi construída a partir de uma união homoafetiva, e que sente muito orgulho de suas mães.

“Pessoas LGBTQIA+ também constituem famílias -inclusive juridicamente reconhecidas e protegidas pelo Estado brasileiro”, destaca ela no documento.

Márcia ainda diz ter ficado “estarrecida” ao assistir à entrevista. E que as falas de Cássia Kis fizeram com que se sentisse vulnerável e desamparada legalmente. “Não há espaço para a discriminação LGBTfóbica no Estado brasileiro. Por muito tempo ela foi tolerada, mas não mais”, afirma.

A pós-graduanda é representada pelo advogado Pedro Martinez na representação. “LGBTfobia é crime no Brasil, é preciso que se entenda isso. Não deixaremos passar quaisquer ataques a pessoas e famílias LGTBQIA+”, afirma o defensor.

A denúncia afirma que as falas da atriz tiveram grande alcance e que, apenas no canal oficial de Leda Nagle, foram mais de 600 mil visualizações. Ao Ministério Público, Márcia solicita a adoção de medidas que tirem o vídeo do ar e que impeçam a sua monetização.

O pedido de instauração de procedimento criminal foi protocolado junto à Coordenadoria de Direitos Humanos e de Minorias do Ministério Público do Rio de Janeiro.

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