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Exposições

MAB abre exposição de móveis com tecnologia sustentável

“Madeira em Design” reúne 15 peças que conjugam beleza à preservação da natureza

Redação Jornal de Brasília

11/08/2023 21h00

Atualizada 14/08/2023 11h53

O Museu de Arte de Brasília (MAB) abre nesta sexta-feira (11) a exposição Madeira em Design, com 15 peças de mobiliário produzidas com árvores brasileiras – a maior parte egressa da floresta amazônica – a partir do manejo sustentável de biomas. A curadoria do evento é do Laboratório de Produtos Florestais (LPF), entidade federal que comemora 50 anos no desenvolvimento de pesquisas para utilização sustentável dos recursos naturais.

O evento também marca os 25 anos da Fundação de Tecnologia Florestal e Geoprocessamento do DF (Funtec-DF) e conta com o apoio do Instituto Federal de Brasília, campus de Samambaia, que abriga o curso técnico em design de móveis. O mobiliário exposto foi confeccionado a partir da promoção pelo LPF, desde 1982, de madeiras menos conhecidas. Algumas peças já participaram de mostras anteriores.

“Os móveis apresentados comprovam que sustentabilidade, beleza e contemporaneidade são possíveis e bem-vindas. Não há oposição entre desenvolvimento econômico e desenvolvimento sustentável. Os dois juntos fazem o futuro”, formula o gerente do MAB. Marcelo Jorge. “Atrás do belo, como é o caso das peças expostas, há muita pesquisa embarcada”, pontua o diretor-executivo da Funtec, Thiago Oliveira Rodrigues.

Engenheiro florestal e doutor na área pela Universidade de Brasília (UnB), ele explica que “a pesquisa fornece informações que possibilitam ao mercado moveleiro ampliar o acesso a mais espécies de madeiras, com diferentes cores e texturas e garantia de desempenho”.

Uma das curadoras da exposição, Ana Paula Diniz Nakamura, servidora do LPF, explica que a exposição reúne soluções tecnológicas para o uso mais racional e sustentável da madeira, “seja pelo maior aproveitamento, agregação de valor e desenvolvimento de insumos de menor impacto ambiental na cadeia produtiva da madeira”.

A exposição também cumpre o papel de desfazer a relação, presente no senso comum, entre uso de madeira de florestas e desmatamento. “Como evitar a destruição de florestas?”, interroga o documento de divulgação da mostra. Uma das maneiras, anota o texto, é a adoção do manejo sustentável, com uso correto do solo e reprodução do ciclo natural da floresta. A diversificação das espécies usadas pelo setor moveleiro ajuda a manter a floresta em pé.

O analista ambiental Alexandre Bahia Gontijo, do LPF, explica que a ameaça às florestas vem da busca pelos madeireiros de uma pequena parcela das espécies existentes. Das mais de dez mil espécies catalogadas de árvores, o mercado se interessa em não mais de 300 delas, que têm seu valor econômico majorado. E pior, entre as 300, apenas 50 correspondem a mais de 80% da demanda.

O resultado da conta é que operadores inescrupulosos entram nas matas e abatem todas as árvores das espécies de maior valor de mercado, causando o desequilíbrio que ameaça a floresta em pé. Em outras palavras, a moda e o desconhecimento sobre alternativas são as principais causas do desmatamento.

Gontijo, que é mestre em Biologia, explica que em concessões florestais monitoradas, em que empresas vencem licitações para exploração das matas e são fiscalizadas pelo Serviço Florestal Brasileiro, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, isso não acontece. A razão é que só pode ser derrubado um percentual de cada espécie nativa, garantindo-se o desenvolvimento sustentável, com respeito a regras ecológicas, leis trabalhistas e práticas de menor impacto ambiental. “É o melhor modelo que a gente tem”, defende.

Xilofones

Em vez de virar lenha, modelos monitorados de exploração florestal fazem a madeira de lei produzir arte. Prova disso é que, na exposição no MAB, o Grupo de Percussão da Escola de Música de Brasília, fundado em 1983, vai tocar para o público obras de John Cage, Julien Compagne, Michael Peters e Francisco Abreu, utilizando sete protótipos de xilofones educacionais fabricados em um projeto do LPF.

O grupo é um laboratório de pesquisa em percussão formado por professores e estudantes e vem se apresentando em diversos espaços musicais do Distrito Federal e entorno há 40 anos. O repertório contempla a diversidade da música popular brasileira, clássicos da música erudita, do jazz, das músicas dos povos tradicionais e clássicos da percussão, com compositores consagrados e atuais.

As informações são da Secec


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