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Exposições

Exposição celebra 15 anos do Coletivo Coletores

Museu Nacional recebe obras que discutem luta dos povos originários, negros e periféricos

Redação Jornal de Brasília

12/07/2023 17h18

Foto: Divulgação

Formado na periferia da Zona Leste de São Paulo em 2008 pela dupla de artistas Toni Baptiste e Flávio Camargo, o Coletivo Coletores celebra 15 anos de estrada com exposição inédita montada na Galeria Principal do Museu Nacional da República (MuN), equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF. A mostra, intitulada Signos de Resistência, Bordas da Memória, será aberta ao público na próxima quinta-feira (13/7), a partir das 19h e conta com mais de 250 obras, 50 delas inéditas.

São trabalhos que refletem sobre a luta dos povos originários, negros e periféricos dentro de um sentido de coletividade e pertencimento. A proposta dos artistas é discutir e relembrar essas lutas em espaços que vão além do território nacional. Para ampliar a circulação dessas histórias, foram criadas intervenções projetadas em formatos que vão do digital ao iconográfico, passando por videomappings, animações, pichações e instalações multimídia organizadas em seis núcleos.

A arquiteta mineira Aline Ambrósio é a primeira curadora negra do espaço em quase duas décadas de existência do MuN. “O conjunto de obras trará destaque para ícones e territórios do Brasil que foram apagados ou esquecidos, a exemplo da figura do (arquiteto e escultor) Tebas, primeiro arquiteto negro do país, além da história por trás das Igrejas dos Homens Pretos e de diferentes líderes sociais que foram perseguidos ou assassinados”, explica. “É uma mostra que traz essa perspectiva de exaltação da cultura periférica, dessas referências de luta dentro de um contexto de tecnologia”, continua.

O artista Flávio Camargo conta que uma das características marcantes do estilo do Coletivo Coletores é o de usar as ruas, prédios e a própria cidade como suporte temático para as exposições do grupo. Fala do desafio de trazer essa proposta para dentro de um dos museus mais importantes da capital e do país. “Fomos o primeiro coletivo a fazer vídeoprojeção mapeada na favela, que foi na Zona Oeste de São Paulo”, revela. “Usamos muito o território a favor do trabalho, não temos ateliê, é nossa primeira exposição num espaço grande como o Museu da República, um espaço privilegiado”, diz.

Personalidades relacionadas ao tema da mostra – que fica no espaço até 10 de setembro – que fizeram diferença na luta pela igualdade racial, pelos direitos humanos e pela vida são homenageados num dos módulos do projeto. São figuras como o presidente Lula, a deputada assassinada Marielle Franco, o ativista político e guerrilheiro Marighella, e um dos maiores líderes do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos dos anos 60, Martin Luther King. Para a diretora do Museu Nacional da República (MuN), Sara Seilert, receber uma exposição com proposta tão ousada e nada ortodoxa esteticamente revela o caráter plural e democrático do espaço.

“O Museu também olha para esse tipo de produção artística, ou seja, abre espaço para manifestações da cultura visual que não são as artes plásticas canônicas, mas linguagens contemporâneas”, destaca a gestora.

Foto: Divulgação

Serviço
Exposição – Signos de Resistência, Bordas da Memória
Local: Museu Nacional da República (Galeria Principal)
Período: 14 de julho a 10 de setembro de 2023
Horário: terça-feira a domingo, das 9:00 às 18:30

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