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“Sou uma rabequeira de nova geração”, diz Maísa Arantes, que se apresenta em show gratuito

Além de demonstrar habilidade com o pífano e o oboé, Maísa Arantes é reconhecida como um dos principais nomes da nova geração de rabequeiros

Agência UniCeub

26/05/2023 20h02

Foto: Acervo Pessoal

Por Ana Beatriz Cabral

Jornal de Brasília / Agência Ceub

A musicista e rabequeira Maísa Arantes é uma das atrações de um show na Casa do Cantador, na Ceilândia, neste sábado (27).

A apresentação inaugura a segunda edição do Festival Diversidades, que tem programação prevista até 19 de agosto.

Casa do Cantador tem ainda a presença do sanfoneiro Luizão do Forró e do versátil cantor de pop, reggae e rock Sérgio Pereira.

Juventude no forró

No ano passado, Maísa Arantes, de 34 anos, chegou como finalista do prestigiado Brasília Independente. Um projeto de música autoral promovido pela Globo Brasília. Ela é cantora e compositora formada em música pela UnB.

Além de demonstrar habilidade com o pífano e o oboé, Maísa Arantes é reconhecida como um dos principais nomes da nova geração de rabequeiros.

Ela dedica-se à pesquisa dos ritmos da cultura popular, música brasileira e forró pé-de-serra. Fortemente influenciada pelo renomado mestre Zé do Pífano e pela banda Mestre Ambrósio.

Em antecipação ao emocionante encontro musical, Maísa Arantes conta sobre sua carreira e sua expectativa para o show em Ceilândia. Compartilhando sua gratidão por fazer parte do Encontro Musical – Festival Diversidades em um espaço como a Casa do Cantador.

“Lá conta uma história muito bonita junto com os forrozeiros da Ceilândia, muitos estão desde a construção. Embora eles ostentem esse movimento há muitos anos, sou uma rabequeira da nova geração.

“Além disso, mesmo trabalhando com forró há mais de 17 anos, sou considerada nova no meio. Com isso posso fazer essa ponte entre a velha guarda e essa nova geração.”

Foto: Acervo Pessoal

A cantora também destacou a importância de eventos como esse na promoção da diversidade musical e na valorização dos talentos locais.

“Promover a cultura popular que representa as tradições é, sem dúvida, muito importante, pois aposta na renovação desta por meio dos jovens e, assim, faz a ponte com a modernidade”, ressaltou Maísa.

Artista independente

Maísa Arantes se abre para dizer como é difícil para artistas como ela, independentes, conseguirem exatamente exercer seu trabalho. “Temos que acreditar muito, mesmo caindo”, afirma ela.

“A própria profissão de músico é marginalizada, por exemplo, não tem direito a aposentadoria e muito menos planos de saúde. É muito arriscado e se não for um professor de música ou algo do gênero, fica difícil.” Cantora, Maísa Arantes

Por não possuem contratos, por serem seus próprios produtores e gestores, precisam buscar contatos e relações para conseguirem fazer suas apresentações.

Músicos lutam também com leis como Lei Distrital 4092, Lei do Silêncio, que acaba prejudicando e impedindo de apresentarem em muitos locais.

A cantora complementa que mesmo que exista um fundo que pode auxiliar artistas independentes, muitos não conseguem elaborar um projeto e encaminhar para ser aprovado. Deste modo, eles precisam lutar cada dia mais por conta própria.

“Se investissem pelo menos 1% do que investem nos sertanejos na cultura popular, daria uma ajuda tremenda. Isso é falta de incentivo mesmo”, desabafa.

Sua apresentação

A participação de Maísa Arantes no evento trará como diferenciais os instrumentos tradicionais como a própria Rabeca e o Pife (flauta de bambu) como instrumentos principais, ao som de músicas autorias e as tradicionais mais antigas, segundo a artista, sua presença como mulher será um grande destaque.

“Eu sou compositora e tenho um parceiro na banda, o Marcelo, que também é compositor. A gente toca muito nosso repertório autoral, renovando a cena do forró pé-de-serra e trazendo um olhar mais jovem. Acho que é uma das coisas principais é a experimentação e as composições.”

A cantora promete tocar músicas de artistas como Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Dominguinhos, Marinês e outros tantos para matar a saudade. Ao transmitir suas músicas, seu objetivo é transmitir muito sentimento e significado.

“Cada música acaba sendo de um jeito, no entanto, dessa forma, a gente tem muito esse caráter reflexivo. Que leva a alguma conexão sobre a vida e sobre as relações com o lugar que a gente vive, sobre sentimentos. Então, tem tudo disso do próprio contexto do forró, muita letra que fala sobre ele próprio”, assegura Maísa.

Mais sobre o evento

Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC) realiza o projeto, buscando incentivar e apoiar eventos culturais de qualidade.

Abertura do festival acontecerá no sábado, dia 27 de maio. A partir das 20 horas, na Casa do Cantador, localizada na QNN 32, Área Especial, em Ceilândia Sul.

O evento tem entrada franca e é livre para todas as idades.

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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