Menu
Eventos

Musical conta a grande história da migração nordestina para o DF

Espetáculo traz a saga de uma família que, embalada pelo sonho da nova capital, migrou para o Centro-Oeste

Thaty Nardelli

19/05/2023 9h27

Foto: Fernanda Resende/Divulgação

“É Asa Norte, é Asa Sul, é avião. É Lago Norte, Lago Sul, é construção. Pau de arara, pioneiro da nação. É Alvorada, é Taguatinga, é solidão”. Trecho da canção Plano Piloto, de Alceu Valença e Carlos Fernando, que narra a migração de trabalhadores do sertão nordestino para Brasília no período de construção da Capital Federal, nos anos 1950, é tema principal do musical “Agreste”. Em cartaz no Teatro Anna Noceti, nos dias 20, 21, 27 e 28 de maio, sempre às 20h, o espetáculo é “um resgate afetivo de memórias”, afirma a diretora geral do projeto, Thais Uessugui.

O musical narra a dura jornada dos Cavalcanti, uma das muitas famílias de retirantes nordestinos que, pela sobrevivência, abandonam seus lares, sua cultura e o seu sertão para arriscar a sorte no Centro-Oeste do país.

“Como nordestino, eu me sinto muito privilegiado por ter a oportunidade de encenar a luta do meu povo. Nos inspiramos em histórias reais, em relatos de pessoas que viveram essas sagas, e é muito gratificante receber a resposta do público”, ressalta o ator Diogo Lins, que vive o protagonista Pedro Cavalcanti . “A resistência e persistência do povo que estamos retratando é de arrepiar. Nas pesquisas que fizemos descobrimos várias histórias e todas tem a resistência como ponto principal. Contar essa história é dar os devidos créditos a esse povo em forma de arte”, completa Tiago Linhares, que representa Miguel Dória, personagem com papel importante no futuro de Pedro.

Como um musical, outro grande destaque é a trilha sonora, que traz na música popular brasileira a inspiração para compor a sonoridade que narra essa grande história. “As músicas foram selecionadas a partir de suas letras que deveriam ser continuidades da história, adicionando lirismo à narrativa. Além disso, a proposta foi utilizar apenas composições de artistas nordestinos, ressaltando todo o protagonismo desse povo”, revela a diretora Thais Uessugui.

Com um estudo da época em que a peça se passa e dos locais representados, “Agreste” traz diversos elementos marcantes na cenografia para identificar os ambientes, desde o mobiliário, com elementos em palha, corda e barro, até os famosos cobogós dos apartamentos de Brasília. “Utilizamos materiais baratos para gerar efeitos visuais incríveis e fizemos estudos de cores para criar uma identidade visual que separasse, no palco, o sertão de Brasília”, diz Uessugui.

Detalhes

A coreografia, grande arte da composição estética do espetáculo, traz movimentos corporais expressivos, passando por vários estilos de danças. “Busquei inspiração em diversas representações culturais brasileiras, danças como a catira, o baião e o forró foram bases para a criação”, afirma a coreógrafa Aleska Ferro.

Foto: Fernanda Resende/Divulgação

Em abril, o espetáculo foi premiado por voto popular na categoria de Teatro do Prêmio Melhores #CulturaEmCasa, em evento realizado em São Paulo, que a diretora, Thais Uessugui, diz ser um grande reconhecimento. “Ter nosso trabalho reconhecido pelo público, principalmente concorrendo com peças de atores reconhecidos no cenário nacional, foi muito gratificante! Um bom sinal de que nosso trabalho consegue tocar as pessoas mesmo não tendo os mesmos recursos que as produções do eixo Rio-SP têm”.

SERVIÇO
“Agreste”
20, 21, 27 e 28 de maio
A partir das 20h
Teatro Anna Noceti – Empório Cultural (706/707 norte)
Ingressos a partir de R$ 50 no Sympla
Classificação indicativa: livre

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado