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Cinema

Documentário expõe a baixa participação de mulheres na política

“Me Farei Ouvir”, que será lançado no próximo dia 21, traz entrevistas de mulheres como Benedita da Silva, Maria Abadia e Marta Suplicy

Redação Jornal de Brasília

16/09/2022 10h00

Foto: Janine Moraes/Divulgação

Será lançado em 21 de setembro, no Cine Brasília, o documentário curta-metragem “Me Farei Ouvir”, com exibição às 20h, seguida de roda de conversa, com entrada gratuita. O filme aborda o impacto e a presença da mulher e da pauta de direitos das mulheres na política brasileira. A partir de personagens diversas, com experiência ou militância política, o curta sai em defesa da paridade de gênero e da promoção de mais mulheres na política, principalmente mulheres negras, que são o maior grupo demográfico do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dentre as entrevistadas estão desde mulheres pioneiras, indispensáveis na construção democrática brasileira, até parlamentares em seu primeiro mandato. As personagens representam perfis diversos que buscam contemplar a complexidade do nosso país. O “Me Farei Ouvir” traz depoimentos inéditos da senadora Benedita da Silva; das deputadas federais Áurea Carolina, Luísa Canziani e Joênia Wapichana; da deputada estadual de São Paulo Erica Malunguinho; da professora da UnB e cientista política Flávia Biroli; da advogada eleitoral Gabriela Rollemberg; da ex-candidata e administradora regional do Plano Piloto, Ilka Teodoro; da prefeita comunitária em Ceilândia Ivanete Oliveira; da ex-governadora do Distrito Federal Maria Abadia e da ex-senadora Marta Suplicy.

Com direção de Bianca Novais e de Flora Egécia, roteiro de Dandara Lima e trilha sonora original de Ellen Oléria e Paola Lappicy, o filme conta com uma equipe exclusivamente composta por mulheres. A subrepresentação de mulheres também é marcante no audiovisual. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine) em pesquisa publicada em 2018, dos filmes lançados em 2016, a direção por mulheres correspondia a apenas 20%. Considerando o recorte étnico-racial, nem 1% dos filmes produzidos naquele ano foram dirigidos por mulheres negras ou indígenas.

“O set composto somente por mulheres proporcionou espaço de acolhimento e um acesso maior às camadas íntimas das personagens, que emergiram como expressão de fragilidade e força, e que acabaram por surpreender as personagens e até a própria equipe”, explica a diretora Flora Egécia.

Números

No Brasil, 30 milhões de mulheres são chefes de família, segundo o IBGE. São, majoritariamente, mulheres pobres, negras e periféricas. A falta de representação e, consequentemente, políticas públicas voltadas para elas alimenta um ciclo vicioso de vulnerabilidade para as novas gerações – e isso gera impactos na vida de todas as pessoas, homens e mulheres. Diante desse contexto, o filme trata dos gargalos e labirintos que o modelo político brasileiro produz ao dificultar o acesso de mulheres aos espaços de poder.

Para as realizadoras, ter mais mulheres que atuem em defesa dos direitos das mulheres na política é o caminho para romper com a lógica colonial da raiz da nossa formação. Nas eleições municipais de 2020 somente 13% das candidaturas para concorrer ao cargo de Prefeitura eram de mulheres e nesse mesmo ano apenas uma mulher negra foi eleita como prefeita no Brasil. Pretende-se provocar o espectador a questionar-se porque mulheres, principalmente as negras, indígenas, pcd e lgbtqi+, ainda não são bem vindas nos espaços de decisão.

Me Farei Ouvir é uma realização do Estúdio Cajuína, de Bianca Novais e Flora Egécia e da Pavio Criativo, de Barbara Rodarte e Dandara Lima.

Lançamento: Documentário Me Farei Ouvir
Data: 21 de setembro de 2022 (quarta-feira)
Horário: 20:00
Local: Cine Brasília, EQS 106/107, Brasília-DF
Entrada gratuita
Trailer: https://youtu.be/wkOBQ8Wes7c
Instagram: www.instagram.com/mefareiouvir
Site: www.mefareiouvir.com.br

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