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Depois de um período conturbado em 2019, mais de 400 projetos de filmes e séries nacionais estão parados

Os filmes vetados são resultado de um 2019 que pode ser considerado o período mais conturbado que a área viveu nas duas últimas décadas.

Milena Carvalho

17/02/2020 12h10

Existem hoje mais de 400 projetos de filmes e séries parados em todo o país, aguardando liberação de recursos, segundo estimativas do setor audiovisual. Algumas fontes chegam a falar em 600 trabalhos interrompidos. Procurada, a Agência Nacional do Cinema (Ancine), responsável por autorizar o uso dos valores, respondeu que não comentaria o assunto.

Os filmes vetados são resultado de um 2019 que pode ser considerado o período mais conturbado que a área viveu nas duas últimas décadas. Em 2019 Bolsonaro criticou a produção de filmes nacionais e disse que “a ‘cota de tela’ só será extinta depois que começarem a produzir bons filmes”, segundo o presidente. Bolsonaro declarou, também, que o governo não financiará filmes como o Bruna Surfistinha e que se empenhará ara que existam mais filmes da história, cultura e arte brasileira. 

As críticas de Bolsonaro aconteceram no ano em que o Brasil ganhou diversos prêmios em festivais internacionais. Só no Festival de Cannes, foram dois – o Prêmio do Júri para “Bacurau”, e o da mostra Um Certo Olhar para “A vida invisível”. Entretanto, em abril de 2019 a Ancine chegou a parar durante o mês inteiro após divergências com o Tribunal de Contas da União, e teve seu então diretor-presidente, Christian de Castro, afastado por ordem da Justiça. Para não se limitar às más notícias, ao menos a diretoria colegiada da Agência foi recomposta, mesmo que interinamente, após meses com três de suas quatro cadeiras vagas.

Para Mariza Leão, produtora da franquia “De pernas pro ar” e uma das centenas que aguardam liberação de recursos, se 2019 fosse um filme ele seria “Apertem os cintos… O piloto sumiu”, a famosa sátira dos anos 80 em que um passageiro é obrigado a assumir a direção do voo após toda a tripulação sucumbir à comida estragada.

— O ano de 2019 foi um avião parado na pista, nem taxiar taxiou — afirma a produtora. — O dinheiro existe, mas a quantidade de técnicos na Ancine é insuficiente para processar as demandas.

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