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Cinema

Festival de Gramado chega aos 50 anos refletindo sobre política e violência no país

Evento dedicado ao cinema retorna ao presencial com homenagem a Marcos Palmeira e Joel Zito Araújo

FolhaPress

12/08/2022 15h25

Troféu Kikito, prêmio máximo do Festival de Cinema de Gramado – Diego Vara/Divulgação

O Festival de Cinema de Gramado, um dos mais importantes eventos do gênero no país, dá início nesta sexta-feira (12) a uma edição especial -a de meio século. Neste 50º ano, a mostra ainda herda características pandêmicas, mas retorna de forma mais robusta ao formato presencial.

Se nos dois últimos anos a programação esteve concentrada na televisão e no streaming, agora apenas algumas seções exibem seus títulos por lá. A mostra de longas-metragens brasileiros, a principal, deve encher novamente o cinema até o dia 20 de agosto, por exemplo.

Para ela foram selecionadas sete obras -“A Mãe”, de Cristiano Burlan; “A Porta ao Lado”, de Julia Rezende; “Marte Um”, de Gabriel Martins; “Noites Alienígenas”, de Sérgio de Carvalho; “O Clube dos Anjos”, de Angelo Defanti; “O Pastor e o Guerrilheiro”, de José Eduardo Belmonte, e “Tinnitus”, de Gregório Graziosi

Elas concorrem ao Kikito, o grande prêmio do festival, e são quase todas atravessadas por questões sociais latentes, pelo furor político atual e pelo histórico de violência da sociedade brasileira.

“O Pastor e o Guerrilheiro”, por exemplo, traz Cássia Kiss e Johnny Massaro numa trama em que uma filha descobre o passado de torturador do pai militar. Já “A Mãe” tem Marcélia Cartaxo no papel de uma mulher que busca respostas para o sumiço do filho, em teoria assassinado por policiais. E “Marte Um” narra os dilemas de uma família num país que acaba de eleger um presidente que vai contra tudo em que acreditam.

Na competição de longas estrangeiros, a tendência se repete, com o olhar ampliado para o contexto da América Latina. Foram selecionados “9”, “Cuando Oscurece”, “Inmersión”, “La Pampa”, “O Último Animal” e “El Camino de Sol”. Entre os assuntos que abordam estão tráfico de drogas, sequestro, abuso sexual e crimes ambientas.

Não é uma coletânea de temas fáceis ou suaves a que o Festival de Gramado reuniu. Eles ainda se espalham pelas mostras de longas documentais, longas gaúchos, curtas nacionais e curtas gaúchos. A curadoria tem a assinatura da atriz Dira Paes, do crítico Marcos Santuario, da atriz argentina Soledad Villamil, da jornalista Caroline Zatt e do programador Leonardo Bomfim.

Os homenageados do ano são o ator Marcos Palmeira, no ar em “Pantanal” e que estará em Gramado para receber o troféu Oscarito, o cineasta Joel Zito Araújo, laureado com o prêmio Eduardo Abelin, e a atriz Araci Esteves, receptora do troféu Cidade de Gramado.

CONFIRA, ABAIXO, A SELEÇÃO COMPLETA DE FILMES DESTE ANO.

LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS
“A Mãe”, de Cristiano Burlan
“A Porta ao Lado”, de Julia Rezende
“Marte Um”, de Gabriel Martins
“Noites Alienígenas”, de Sérgio de Carvalho
“O Clube dos Anjos”, de Angelo Defanti
“O Pastor e o Guerrilheiro”, de José Eduardo Belmonte
“Tinnitus”, de Gregório Graziosi

LONGAS-METRAGENS ESTRANGEIROS
“9” (Uruguai/Argentina), de Martín Barrenechea e Nicolás Branca
“Cuando Oscurece” (Argentina/Uruguai), de Néstor Mazzini
“El Camino de Sol” (México), de Claudia Sainte-Luce
“Inmersión” (Chile), de Nicolas Postiglione
“La Boda de Rosa” (Espanha/França), de Iciar Bollain
“La Pampa” (Peru/Chile/Espanha), de Dorian Fernández Moris
“O Último Animal” (Portugal/Brasil), de Leonel Vieira

LONGAS-METRAGENS GAÚCHOS
“Casa Vazia”, de Giovani Borba
“Campo Grande É o Céu”, de Bruna Giuliatti, Jhonatan Gomes e Sérgio Guidoux
“Despedida”, de Luciana Mazeto e Vinícius Lope
“Don Never Raised – Cachorro Inédito”, de Bruno de Oliveira
“5 Casas”, de Bruno Gularte Barreto

LONGAS-METRAGENS DOCUMENTAIS
“Um Par para Chamar de Meu”, de Kelly Cristina Spinelli
“Ademã – A Vida e as Notas de Ibrahim Sued”, de Isabel Sued Perrin e Paulo Henrique Fontenelle
“Elton Medeiros – O Sol Nascerá”, de Pedro Murad
“Eu Nativo”, de Ulisses Rocha
“O Destino Está na Origem”, de Pedro de Castro Guimarães

CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS
“Benzedeira”, de Pedro Olaia e San Marcelo
“Deus Não Deixa”, de Marçal Vianna
“Fantasma Neon”, de Leonardo Martinelli
“Ímã de Geladeira”, de Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo
“Mas Eu Não Sou Alguém”, de Gabriel Duarte e Daniel Eduardo
“O Elemento Tinta”, de Luiz Maudonnet e Iuri Salles
“O Fim da Imagem”, de Gil Baroni
“O Pato”, de Antônio Galdino
“Serrão”, de Marcelo Lin
“Socorro”, de Susanna Lira
“Último Domingo”, de Joana Claude e Renan Barbosa Brandão
“Um Tempo pra Mim”, de Paola Mallmann
“Solitude”, de Tami Martins e Aron Miranda
“Tekoha”, de Carlos Adriano

CURTAS-METRAGENS GAÚCHOS
“A Diferença entre Mongóis e Mongoloide”, de Jonatas Rubert
“Apenas para Registro”, de Valentina Ritter Hickmann
“Drapo A”, de Alix Georges e Henrique Lahude
“Fagulha”, de Jéssica Menzel e Jp Siliprandi
“Johann e os Ímãs de Geladeira”, de Giordano Gio
“O Abraço”, de Gabriel Motta
“Madrugada”, de Leonardo da Rosa e Gianluca Cozza
“Mby’a Nhendu”, de Gerson Karaí Gomes
“Mora”, de Sissi Betina Venturin
“Nação Preta do Sul – O Curta”, de Nando Ramoz e Gabriela Barenho
“Nós que Fazemos Girar”, de Lucas Furtado
“Olho por Mim”, de Marcos Contreras
“Perfection”, de Guilherme G. Pacheco
“Possa Poder”, de Victor Di Marco e Márcio Picoli
“Sinal de Alerta Lory F”, de Fredericco Restori
“Sintomático”, de Marina Pessato
“Tudo Parece em Constante Movimento”, de Cristine de Bem e Canto

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