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Celebridades

Gabriel Leone migra para Hollywood com ‘Ferrari’ sem querer abandonar o Brasil

O carioca foi recentemente confirmado no próximo filme de Michael Mann, que deve afastá-lo temporariamente de uma rotina em solo brasileiro

FolhaPress

11/08/2022 9h54

O carioca foi recentemente confirmado no próximo filme de Michael Mann, que deve afastá-lo temporariamente de uma rotina em solo brasileiro

Foto: Reprodução

Marco Pigossi, Bruna Marquezine, Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido e, agora, Gabriel Leone. O Brasil tem exportado alguns de seus talentos para Hollywood, e o último ator é o mais novo a entrar para essa lista. Aos 29 anos, o carioca foi recentemente confirmado no próximo filme de Michael Mann, “Ferrari”, que deve afastá-lo temporariamente de uma rotina intensa em solo brasileiro.

Nos últimos dois anos, Leone pôde ser visto na novela das nove “Um Lugar ao Sol”, nas séries “Verdades Secretas” e “Dom”, no documentário “Milton e o Clube da Esquina” e nos filmes “Piedade”, “Eduardo e Mônica” e “Alemão 2”.

Em agosto, ele dá as caras -ou a voz- nas telonas também na animação “Além da Lenda”, em cartaz, e no musical “Meu Álbum de Amores”, com estreia na semana que vem. Em setembro, viverá Dom Miguel na série “200 Anos”, que vai comemorar o bicentenário da Independência na TV Cultura.

Os trabalhos foram se emendando quase que sem intervalo, mas isso não foi um problema. Ele vive, afinal, a melhor fase da vida profissional, acredita. “Eu não diria que eu estou no auge, porque eu espero que a carreira continue crescendo, mas talvez esteja no momento mais feliz dela até aqui”, diz Leone, com o notebook no colo e encostado na cama, às vésperas do início das filmagens em Módena, no norte da Itália.

Em “Ferrari”, ele dará vida a Alfonso de Portago, piloto anglo-espanhol de Fórmula 1 com fama de namorador e origem nobre, que morreu prematuramente ao competir na Mille Miglia, corrida italiana que estará no centro da trama. O protagonista, o magnata Enzo Ferrari, será interpretado por Adam Driver.

No elenco também estão Penélope Cruz, Shailene Woodley, Jack O’Connell e Patrick Dempsey. Mas os nomes, mesmo o de Michael Mann, não assustam Leone, que se diz um inegável cinéfilo e fã confesso do americano, diretor “de uma consistência absurda” e responsável por “um dos filmes da minha vida, ‘O Último dos Moicanos'”.

Foto: Reprodução

Para o carioca, que lembra que já foi filho de atores do porte de Antonio Fagundes e Cássia Kiss nas telas, estar num elenco forte assim é como combustível. Ele grava na Itália até outubro, depois de mudar o visual para o personagem e fazer aulas de automobilismo. “Ferrari” ainda não tem previsão de estreia, mas até lá não faltará oportunidade para ver e ouvir Leone -em português mesmo.

“Entrar no mercado americano com o selo de qualidade Michael Mann é incrível, mas eu não penso que agora minha carreira internacional começa. Essa é minha carreira e ponto, até porque não quero deixar de fazer trabalhos brasileiros. Nesse sentido, eu me inspiro muito no Rodrigo [Santoro], no Wagner [Moura] e na Alice [Braga], que não separam as duas coisas.”

Com essa última, ele protagonizou “Eduardo e Mônica”, que chegou aos cinemas em janeiro fazendo uma releitura da canção homônima composta por Renato Russo. Ao falar do trabalho, o carioca não esconde a excitação, já que “antes de ator, sou fã do Legião Urbana”.

Foi com canções da banda que ele começou a tocar violão, dando início à formação que ele usa agora no musical “Meu Álbum de Amores”. Dirigido por Rafael Gomes, o longa tem trilha original de Odair José e Arnaldo Antunes, numa homenagem ao cancioneiro romântico que traz Leone em dois papéis -o de um dentista engomadinho que sofre por amor e o de seu pai, um cantor brega que invade a trama em videoclipes coloridos.

No projeto, ele contracenou com parceiros dos palcos, onde estão suas raízes. Leone começou a atuar em produções teatrais ainda adolescente, até que, a convite de um produtor, fez uma ponta em “A Grande Família” -foi sua estreia nas telas, que no ano que vem completa uma década.

A partir daí, alternou trabalhos na televisão e no teatro. Na primeira, integrou o elenco de “Malhação” e “Santo Forte”, até chegar à temporada seminal de “Verdades Secretas” e ganhar a projeção necessária para conquistar papéis grandes em “Velho Chico”, “Os Dias Eram Assim” e “Onde Nascem os Fortes”.

Galeria Os Dias Eram assim Veja os atores da nova série Os Dias Eram assim https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/49726-os-dias-eram-assim * No segundo, soltou a voz como o Roberto Carlos de “Chacrinha, o Musical” e nos importados da Broadway “Wicked” e “Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812”, dois espetáculos em que viveu tipos sensuais. No primeiro, rodopiava numa calça colada às coxas, enquanto que no segundo cantava sua paixão pela protagonista ajoelhado, simulando um entre-e-sai com o ar à sua frente.

Foto: Reprodução

Leone conta que tem vontade de voltar aos palcos, onde ele diz que está sua “essência”, e, quem sabe, até gravar um disco, mas por enquanto a agenda está ocupada demais. “Eu gosto muito de ter tempo para as coisas que eu faço, para estudar, mergulhar, me aprimorar, para que seja bem feito. Não quero fazer por fazer. Então por enquanto estou aproveitando as oportunidades que apareceram no cinema e na TV.”

O futuro, de fato, se aproxima cheio de trabalhos no audiovisual. Em setembro ele viverá Dom Miguel em “200 Anos”, série que vai celebrar o bicentenário da Independência com o arrojo de Luiz Fernando Carvalho, e no ano que vem deve retornar para a segunda temporada de “Dom”, já gravada.

Nas telonas, quem aguarda lançamento é “Duetto”, história de uma família ítalo-brasileira encabeçada por Marieta Severo e Giancarlo Giannini, dirigida por Vicente Amorim.

Também estão no horizonte uma adaptação de um conto de Milton Hatoum, “O Adeus do Comandante”, dirigido por Sérgio Machado, “Tão Parecidos”, de Maurício Farias, e o recém-anunciado “Barba Ensopada de Sangue”, baseado na obra de Daniel Galera e com direção de Aly Muritiba. Ele também foi escalado para viver Ney Matogrosso numa série do Globoplay -isto é, se um imbróglio envolvendo direitos autorais permitir.

Os projetos parecem estar se enfileirando para Leone, mas isso não quer dizer que o audiovisual no Brasil vai bem, diz. Ele rotula a gestão Bolsonaro de destrutiva não só para a cultura, mas para outras áreas, e acredita que as eleições vão chacoalhar os rumos políticos do país muito em breve.

“Se ficar pior do que está, as coisas acabam. É inviável permanecer com esse governo, é desumano, acima de tudo, como a pandemia provou”, afirma. “É triste pensar que a melhora não vai ser imediata, porque seja lá quem vencer vai pegar um país totalmente quebrado, em frangalhos. É com tristeza que eu falo isso, mas é a realidade. Mas temos que ter a esperança de que dias melhores virão.”

E aproveita para entregar seu voto, que, após várias alfinetadas à atual Presidência feitas nos últimos meses, não parece mais tão secreto assim. “Pensando nas pesquisas, acho que qualquer pessoa razoável entende que há dois lados no segundo turno -embora eu gostaria que no primeiro isso já se resolvesse. A prioridade é a descontinuidade desse governo que está aí, então não tenho a menor dúvida de que meu voto vai ser no Lula.”

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