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Celebridades

‘Estou aberto a conversar e a evoluir’, diz ‘sambista branco’ criticado no TikTok

Redação Jornal de Brasília

07/12/2023 8h35

Foto: Reprodução/TikTok

LUÍSA MONTE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Nos últimos dias, de maneira repentina, a web se revoltou com um “homem branco cantando samba”. Esse homem é Augusto, ou Guto Cerqueira, 24, que se surpreendeu ao ver suas redes sociais, antes não tão movimentadas, serem impulsionadas “do nada”. Em seu perfil, ele compartilha vídeos cantando clássicos brasileiros à sua maneira.
Na última terça-feira (5), quando a fama recém-conquistada atingiu um pico, Guto compartilhou um vídeo no TikTok, no qual dizia não entender por que seus vídeos estavam chegando a 90 mil visualizações repentinamente. “Alguém pode me ajudar, me manda uma mensagem para me explicar o que é isso?”, surpreendeu-se. “Porque eu sou uma pessoa legal e eu canto bem e, mais que isso, eu sou uma pessoa que vocês podem me xingar o quanto quiserem, porque eu vou continuar cantando.”

Após “sentar e estudar o que estava acontecendo”, o sambista conversou com a reportagem e disse entender as reações do público à sua música, que sabe “o quanto pode soar diferente”. Nascido em Paranaguá, no Paraná, ele explicou as influências que o trouxeram até o momento atual. Confira a entrevista abaixo.

PERGUNTA – Qual a sua história com o samba?
GUTO CERQUEIRA – Minha história com o samba é mais longa do que as pessoas imaginam. Cresci em Paranaguá, que tem uma especificidade em relação à mistura de culturas. A cidade é a mais antiga do Paraná e tem uma efervescência forte de samba, de fandango e de teatro. Com 13 anos, comecei a vir para Curitiba para fazer peças e crescer na noite. Antes de me mudar para São Paulo, eu já fazia lá um show chamado “Retrô-Pi-Cália”, que tinha a proposta de homenagear o movimento tropicalista brasileiro e misturar o samba com a MPB, o rock e bossa nova. Em 2020, eu comecei a fazer produções e lançamos três covers. Foi muito legal e teve uma boa repercussão, mas não como agora.

P – Como você recebeu, de início, os comentários negativos nas suas redes sociais?

GC – Não foi do nada, mas foi relativamente repentino. Eu entreguei meu trabalho de conclusão de curso da universidade (uma montagem de peça teatral) na quinta-feira (30) e, na sexta (1º), a coisa começou a chegar nesse patamar. Primeiro em algumas páginas do Instagram, depois no Twitter (X) e no TikTok. Foi tudo muito rápido e eu não estava processando muito bem. Agora já entendi melhor. A partir do momento em que vi que a repercussão realmente seria grande e iria para os jornais, precisei sentar e estudar o que estava acontecendo.

P – Você acha que foram comentários injustos?

GC – Não. Eu consigo entender o quanto [minha música] pode soar diferente. Consigo entender todas as possíveis reações. Esse é o mundo que a gente vive hoje. A gente tem que se adaptar ao impossível. Eu defendo que a arte seja sempre discutida. Eu sou um garoto de 24 anos que teve vontade de fazer aquilo. Estou aberto a conversar e a evoluir, e vou continuar cantando de maneiras diferentes.

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