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Empresa de Cariani que é alvo de investigação emitiu 60 notas frias em seis anos, diz PF

A Anidrol Produtos para Laboratórios, empresa suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para fabricação de crack e cocaína, da qual o influenciador Renato Cariani é sócio, teria emitido 60 notas frias em um período de seis anos, em valores que somam R$ 6 milhões, de acordo com a Polícia Federal

Redação Jornal de Brasília

12/12/2023 13h44

Foto: Reprodução / Facebook

FRANCISCO LIMA NETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –

A Anidrol Produtos para Laboratórios, empresa suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos para fabricação de crack e cocaína, da qual o influenciador Renato Cariani é sócio, teria emitido 60 notas frias em um período de seis anos, em valores que somam R$ 6 milhões, de acordo com a Polícia Federal. A Anidrol é um dos alvos de operação deflagrada nesta terça (12) pela PF.

A corporação e o Ministério Público pediram a prisão de Cariani e de outras três pessoas ?que não tiveram os nomes revelados?, mas os pedidos foram negados pela Justiça.

De acordo com Vitor Beppu Vivaldi, delegado da PF que chefia a investigação, os pedidos foram baseados na “reiteração delitiva”. “O que motivou os pedidos de prisão tiveram como fundamentação a reiteração delitiva. No período de seis anos foram 60 eventos de emissão fraudulenta de 60 notas”, afirmou.

A reportagem entrou em contato com a Anidrol, que disse que não se pronunciaria neste momento. Renato Cariani também foi procurado, mas não respondeu.

Segundo a PF, de 2014 a 2020, período investigado, foram desviadas 12 toneladas de produtos químicos como fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila, em total avaliado em R$ 6 milhões. Essa quantidade de produtos seria suficiente para produzir 19 toneladas de cocaína e crack, diz a investigação, que abasteceram o mercado interno brasileiro por meio de organizações criminosas.

A PF afirma que se concentrou em investigar os desvios de produtos químicos e que por isso ainda não há informações sobre os destinatários desses produtos, nem sobre a produção de drogas.

A operação começou após depósitos para a Anidrol na boca do caixa, em dinheiro vivo, que teriam sido feitos por uma grande farmacêutica ?como se essa farmacêutica tivesse comprado produtos da Anidrol.

Assim que o dinheiro entrava na conta da Anidrol, valores semelhantes eram transferidos para uma empresa do ramo automobilístico. A hipótese da PF é que essa empresa automobilística era usada para a lavagem do dinheiro.

Ainda segundo a PF, essa grande farmacêutica comprovou que não havia comprado os produtos e que não tem a Anidrol na sua lista de fornecedores. A empresa também teria comprovado que não faz pagamentos em espécie.

Os investigadores dizem acreditar que as notas eram faturadas em nome de grandes farmacêuticas porque estas têm um grande volume de produção e seria mais fácil “passar batido”, sem levantar suspeitas. As notas, no entanto, foram verificadas pela Receita Federal, que abriu investigação contra três farmacêuticas, e assim o esquema foi descoberto.

“O esquema era bem sofisticado, com pessoas com amplo conhecimento e formadas nas áreas, como químicos” disse o delegado Vivaldi.

Segundo ele, as equipes ainda estavam nas ruas no final da manhã desta terça, e muito material foi apreendido ?todo conteúdo será analisados e poderá dar origem a novas fases da operação.

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