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Celebridades

‘Choro para dormir todas as noites’, diz Lorena Comparato, após revelar ter sido vítima de assédio

A atriz está em cartaz como a personagem Gláucia, de “Impuros” (Star +), enquanto grava a segunda e a terceira temporadas de Cine Holliúdy

FolhaPress

25/07/2022 8h54

A atriz está em cartaz como a personagem Gláucia, de "Impuros" (Star +), enquanto grava a segunda e a terceira temporadas de Cine Holliúdy

Foto: Reprodução

De falta de trabalho, Lorena Comparato, 32, não pode se queixar. Atriz, roteirista e produtora, ela está em cartaz como a personagem Gláucia, de “Impuros” (Star +), enquanto grava a segunda e a terceira temporadas de Cine Holliúdy. Parlelo a isso, vive a expectativa de duas estreias agora para agosto: “Rensga Hits!” e “Não Foi Minha Culpa”. Personagens centrais das duas tramas que, coincidentemente, exploram temas sobre o universo feminino.

Com quase vinte anos de carreira, ela não vê problemas em trabalhar com influenciadores, desde que eles estejam empenhados em seguir a carreira artística. Em conversa com F5, ela fala sobre esse e outros assuntos, como a recente revelação de que foi vítima de assédio sexual. Leia a entrevista a seguir:

“Rensga Hits!”, série que tem como tema o universo da música sertaneja feminina, está para estrear na Globo e você é a Gláucia, a antagonista. Ela é uma vilã clássica?

A Gláucia é humana. Olha a atriz que defende a personagem (risos). Acho que o antagonismo só acontece quando você tem uma energia oposta. Então, podemos dizer que ela é a antagonista da protagonista da trama, a Raíssa [Alice Wegmann], mas não é a vejo como vilã. A Gláucia tem sede de fama, obcecada pela internet, superprotegida, mas dona de uma dor muito vertical que é a perda da mãe. Ela põe uma banca que está bem, mas ela é bem sofrida. Tudo que ela faz é humano.

Você torce para que o público fique do lado dela? Goste da Gláucia?

Eu espero (risos). Torço para que as pessoas se identifiquem com a Gláucia que, apesar de tudo, é divertida e autêntica. O texto é genial porque fala das relações humanas e femininas dentro do universo sertanejo. Mas não posso dar mais spoilers.

Com a série, você se descobriu uma cantora?

Sempre flertei com o canto, mas nunca cantei mesmo profissionalmente. Quando me chamaram para fazer o teste para a personagem não me pediram um de atuação. Me pediram de canto. Respondi: ‘Claro’: Estava viajando com meu namorado e fiz aulas on-line (risos). Escolhi “Medo bobo” do repertório de Maiara e Maraisa. Passei.

Maiara e Maraisa foram algumas das suas inspirações para a composição da sua personagem?

Estudei muito as duas. Estudei também a Naiara Azevedo, a Paula Fernandes e, claro, a Marília Mendonça. Aliás, durante a pandemia eu comecei a ouvir Marília e gostar das suas composições, querer entender quem era aquele fenômeno.

E a questão da Rafa Kalimann, que não é atriz e foi acusada de estar tirando o papel de uma profissional?

Olha… Só tenho elogios. É uma pessoa tão meiga, gentil e estudiosa… Tenho certeza que trabalhar na série foi uma oportunidade muito legal para a Rafa, que me acolheu, me apoiou. Tenho admiração por ela.

Você, como atriz profissional, não se incomoda em dividir o set com influenciadores?

Essa história de fazer uma seleção por número de seguidores, eu discordo completamente. O mercado e as grandes empresas precisam entender que todos os artistas até mesmo os mais famosos começaram em algum lugar porque também tiveram oportunidades. Sou a favor de oportunidades para todo mundo. Não tenho o menor problema em trabalhar com um influenciador desde que esteja empenhado, que estude e queira crescer na profissão.

Você sempre foi reservada, mas recentemente revelou ter sido vítima de assédio sexual. Por que decidiu falar sobre isso?

Queria que as pessoas entendessem que assédio é muito comum. O teu irmão ou primo ou teu pai ou até avô podem ser o agressor, que não é aquele cara que anda pela rua vestido de drácula, com a boca escorrendo sangue. Ele está em todos os lugares. Eu queria falar com as vítimas, colocar isso para fora. Passei muito tempo calada.

E depois de falar sobre o assédio, o que mudou na sua vida?

Sofro as consequências porque quem se expôs fui eu, quem sofre diariamente sou eu. Estou lidando com muitas emoções e choro para dormir todas as noites. O abalo que isso traz para qualquer pessoa é gigantesco, mas é importante falar. É libertador.

Você está também em uma série chamada “Não Foi Minha Culpa” que estreia agora em agosto pela Star+ que fala sobre feminicídio, assédios e abusos de todos os tipos…

(interrompendo) Nós estamos em um momento muito tenebroso. Temos a internet, podemos falar sobre várias coisas em um mundo globalizado. Só que ao mesmo tempo que se tem toda essa energia, sinto uma repressão grande e como sou estudiosa sobre as relações humanas, acredito que a força dessa série é mostrar para se poder refletir e denunciar.

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