O carnaval é uma das maiores manifestações culturais do Brasil, uma época em que o país arrasta foliões para as ruas com fantasias coloridas, danças, mas que também expressam posicionamentos importantes. Com o intuito de fortalecer a cena transformista brasiliense, surgiu, em 2018, o Bloco das Montadas, promovida pelo Distrito Drag, coletivo de pessoas LGBTQIA+ que trabalha na promoção e defesa dos direitos sociais, econômicos e culturais da comunidade.
“A origem do nome é uma alusão ao processo de ‘montação’ característico da cultura drag. O termo ‘montada’ é comumente usado na comunidade LGBTQIA+ e na cultura drag para descrever o momento em que uma pessoa se transforma em uma persona drag queen ou drag king, incluindo a aplicação de maquiagem, uso de figurinos exuberantes e toda a preparação para se apresentar como drag”, explica Ruth Venceremos, uma das diretoras do Distrito Drag, com quem a Além do Quadradinho conversou.
Este ano, no entanto, o Bloco das Montadas vai ocupar um lugar de destaque no centro da capital, o gramado da Biblioteca Nacional (Plataforma Monumental), no domingo (11), a partir das 10h. ”É no centro da cidade, é no centro do poder político. Ao ocupar esse novo espaço, a gente diz que a cidade é de todas as pessoas e a nossa comunidade irá celebrar a alegria de ser quem se é em qualquer canto”, reforça Ruth.
Além disso, todo ano o Bloco traz um tema. Desta vez, será o longa metragem “Priscilla, a Rainha do Cerrado”, do diretor australiano Stephan Elliott, que se inspirou à época no carnaval do Rio de Janeiro, por onde passou em 1989, e que, para Ruth, “é um filme muito importante para a comunidade LGBTQIA+, por celebrar o respeito e a diversidade”.
Sobre as expectativas para o Bloco das Montadas deste ano, Ruth brinca ter “a última resposta possível é: frio na barriga (risos)”. Confirmando sua diversidade, o Bloco das Montadas, que integra o circuito Brasília em Folia, prepara uma série de atrações musicais, como a cantora e apresentadora do programa Drag Race Brasil, Grag Queen, a cantora Dhi Ribeiro, o grupo Maria Vai Casoutras, a bateria da escola de samba Capela Imperial, o Cortejo de Fanfarras, com As Maluvidas, Vivendo e Batucando, e Capivareta Repercussiva e os DJs Nicolas Magalhães, Túlio Bueno, Júnior K e Patty Peronti.
Além disso, claro, “o lindo do elenco drag dessa edição é que estamos juntando três gerações de drag queens em um show único. Nós temos artistas transformistas que incluem Allice Bombom, Linda Brondi, Gal Maria, Adora Black, Madison Parker, Oriana, K-Halla, Pérola Negra, Avellaskis e Larissa West. Essas artistas representam, com diversidade, um princípio que valoriza bastante a transmissão de saberes artísticos e de vida”, relembra Ruth. “Quero convidar a todas as pessoas a vivenciar essa experiência carnavalesca singular que é o Bloco das Montadas, sendo você da comunidade LGBTQIA+ ou não, chegando com alegria e respeito são todos bem-vindos”, reforça a drag queen.
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