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Entretenimento

“Belle”, que tem referências de “A Bela e a Fera”, foi aplaudido por 14 minutos em Cannes

O filme, que foi lançado ainda em 2021 no Japão, conta a história de Suzu, uma jovem garota tímida do interior que adorava cantar

Redação Jornal de Brasília

27/01/2022 18h09

Foto: Divulgação

Arthur Ribeiro
(Jornal de Brasília / Agência de Notícias UniCEUB)

Nesta quinta-feira (27), chega aos cinemas brasileiros o longa-metragem de animação Belle, do diretor Mamoru Hosoda (Mirai no Mirai). A obra, produzida pelo estúdio de animação japonês Studio Chizu e distribuída no Brasil pela Paris Filmes, chega com expectativa após figurar na lista dos pré-indicados ao Oscar de Melhor Animação e também pela boa recepção no Festival de Cannes, quando foi aplaudida por 14 minutos após sua exibição.

Confira o trailer:

O filme, que estreou no Japão ainda em julho de 2021 e tem o nome original de Ryuu to Sobakasu no Hime, conta a história de Suzu, uma jovem garota tímida do interior que adorava cantar, porém, após a perda da mãe (em um acidente em um rio) acabou se tornando mais reclusa e envergonhada para o lado musical. Entretanto, tudo muda quando ela conhece a febre de U, um mundo virtual onde os usuários criam seus avatares, os “AS”, baseado em suas próprias características.

Universo complexo

Neste universo fictício da Internet, Suzu, sob a alcunha de Belle, volta a cantar e impressiona a todos com sua voz e melodia, se tornando uma estrela mundial e querida por todos. Apesar do dilema de revelar ou não sua verdadeira identidade, tudo ia bem, até que um de seus shows foi interrompido por uma criatura sombria que era perseguida por uma espécie de patrulha policial de U.

Curiosa, Belle tenta se aproximar do Dragão, que também é chamado de Fera, e começa a perceber que os hematomas no corpo dele e sua raiva eram, na verdade, um grito de socorro da pessoa que vivia o personagem do lado de fora do jogo.

A trama gira em torno de Suzu, que tem a companhia de seus amigos para tentar encontrar a “Fera” no mundo real, enquanto também lida com sua jornada de superação de seus traumas, tudo isso enquanto também vive aventuras dentro da realidade virtual.

O diretor Mamoru Hosoda contou em entrevistas sobre sua expectativa com a obra, que diz ser a realização de um sonho. “Belle é o filme que sempre quis criar e só eu sou capaz de tornar esse filme realidade, por causa do culminar dos meus trabalhos anteriores. Eu exploro romance, ação e suspense de um lado, e temas mais profundos, como a vida e a morte, do outro. Espero que seja um grande espetáculo de entretenimento”, disse.

Referências

Além da semelhança na história, onde uma moça bonita começa a se envolver com uma criatura bestial, a relação do filme com a história clássica de Bela e a Fera fica ainda mais clara com o nome dos personagens, Belle e Fera, o que forma uma versão moderna do conto, trazendo aspectos atuais, como a Internet e as redes sociais.

Febre de internet

Outra relação é o paralelo com o metaverso, um ambiente virtual onde pessoas não são apenas observadoras dele, mas fazem parte deste novo universo. A nova febre é claramente retratada no filme com U, o mundo virtual onde Suzu faz sua fama e conhece a Fera.

No desenrolar da história, é possível identificar a crítica à Internet, expondo como é para a nova geração crescer em meio a ela, já que é um local que abriga todos, desde os populares até os mais tímidos, dos mais alegres aos mais tristes e dos que usam a ferramenta como um escape da realidade.

O filme também conta com detalhes que remetem às histórias da Disney, como as canções, que estão presentes nos momentos chaves do início ao fim do longa. Muito bem encaixadas e sem dar a impressão de serem cansativas, elas ditam o tom do que acontece na realidade virtual e no contraste com o mundo real.

Os traços da animação são tradicionais dos filmes japoneses, com linhas mais rebuscadas que passam uma impressão maior de veracidade, diferentes dos contornos mais caricatos das animações ocidentais. Ainda assim, há muitas cores e beleza na obra, de maneira que não fica saturada e acerta o tom para agradar o telespectador.

No saldo final, Belle traz diversos elementos que podem colocar o longa na lista de filmes que rompem a barreira dos fãs do estilo de anime e alcançar um público maior. Com as referências que carrega, a trilha sonora e a crítica social, o diretor Mamoru Hosoda tem tudo para conquistar seu objetivo, que como o mesmo disse, era proporcionar um grande espetáculo de entretenimento.

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