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Belfast, indicado a 7 Oscar, aposta em nostalgia, tragédia e até esperança

O filme foi indicado a sete Oscar (filme, direção, atriz coadjuvante, ator coadjuvante, roteiro original, som e canção original

Redação Jornal de Brasília

09/03/2022 19h40

Imagem: Reprodução

Por Monique Del Rosso
Jornal de Brasília/Agência de Notícias do Uniceub

O ano é 1969. Rebelião, religião e caos estão presentes em uma cidade do Reino Unido. Esse é o contexto do filme Belfast, o qual uma história real é contada na perspectiva de uma criança, Buddy (Jude Hill), e sua família.

Dirigido pelo ator e diretor Kenneth Branagh (Assassinato no Expresso Oriente e Morte no Nilo), o filme traz a dualidade entre euforia e tragédia; rebelião e religião; violência e amor. O filme foi indicado a sete Oscar (filme, direção, atriz coadjuvante, ator coadjuvante, roteiro original, som e canção original.

Assista ao trailer oficial

Linguagem cinematográfica

A ótica do menino Buddy sobre a situação de sua cidade é apresentada ora em preto e branco (majoritariamente), ora colorido.

Isso porque a direção de arte deu foco ao âmbito moderno sobre o evento do passado. Analisando de uma forma mais poética, os momentos cujo aparecem com cor, são momentos em que os personagens fogem de suas realidades caóticas, dando cor às suas vidas.

O “tripé” (Junção do diretor de arte, fotógrafo e diretor), expõe uma obra audiovisual bem coesa ao transformar o texto em imagem. Casas pichadas, explosões de carros e cenas dramáticas aparecem em ótimas produções, revelando preocupação com cada detalhe.

Dentro desse contexto, a fotografia é realizada de forma oriunda, com o diafragma da câmera fechado, em momento de cenas com mais detalhes e aberto para enfatizar a emoção sentida pelo personagem em cada cena.

Logo após, o roteiro consegue passar o filme de um jeito leve, as piadas não são descartadas.Os diálogos promovidos pela família conseguem cativar o público.

Junto com ele, a trilha sonora expõe músicas significativas, com ritmos animados, porém a letra não abre mão do triste contexto histórico da época.

Sentimentos

Mesmo nos piores momentos, o filme manifesta a esperança e o amor. Enquanto cristãos estão céticos e protestantes “cegos”, a família de Buddy, ainda sim, apresenta a felicidade. Salientando que para tudo tem uma solução. Dessa forma, Belfast já não é mais a mesma e as consequências vêm à tona. Assim como Belfast está em dúvida, Buddy também. Dois caminhos divergentes se abrem: a de seguir a igreja católica ou se juntar aos oprimidos torna-se a anarquia de suas ambições.

Esse paradoxo se encaixa com os personagens, enquanto uns são caracterizados como bonzinhos, outros querem a cidade em chamas. Com esse fato, pode-se analisar a correlação com a obra “Romeu e Julieta”. Dois lados opostos, onde a paixão é proibida e a distância obrigatória de sua amada é inevitável.

Conquistas

Branagh dirigiu “A Morte no Nilo” (inspirado no livro de Agatha Christie) e ambos os filmes estarão, simultaneamente, em cartaz nos cinemas do Brasil, passando a impressão positiva de seu trabalho. Por certo, dentre as sete indicações ao Oscar recebidas por seu longa-metragem, a de Melhor Diretor é uma das que se destaca.

O ator e diretor britânico disputa a premiação com nomes de grande importância para o cinema internacional, como Steven Spielberg (Amor, Sublime Amor), Jane Campion (Ataque dos Cães) e Paul Thomas Anderson (Licorice Pizza).

Nesse sentido, o filme recebeu sete indicações ao Oscar: Melhor filme, melhor roteiro original, melhor atriz coadjuvante, academy awards for the best sound, melhor ator coadjuvante e melhor
diretor. Até o momento, o longa-metragem recebeu 230 indicações no total, com grande parte vindo de renomados festivais americanos e internacionais de cinema, como o Bafta Awards, o AACTA International Awards, o Golden Globes e, mais recentemente, o Oscar. Destas 230 indicações, o filme arrebatou 38 prêmios, até o momento.

Impressões

Em suma, a obra é marcada por oscilações, quando a certeza de que algo dá certo ocorre, uma notícia ruim é apresentada. Outrossim, a impressão sobre o filme é opimo, logo no início a atenção dos telespectadores é conquistada de modo que causa conflito entre sentir angústia ou gerar risadas. Já no final, é a comoção, pela surpresa de um destino indesejável, porém necessário.

Ficha técnica:

Elenco:
Caitriona Balfe- Ma
Ciarán Hinds- Pop
Jamie Dornan- Pa
Jude Hill- Buddy
Judi Dench- Granny
Lara McDonnell- Moira

Roteiro e Direção:
Kenneth Branagh
Direção: Ruben Fleischer
Origem: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Produção: Celia Duval
Empresas envolvidas: Universal Pictures
Classificação indicativa: 14 anos

  • A repórter assistiu à pré-estreia a convite da Espaço\Z
    Imagens e trailer: Divulgação

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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