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Atores, diretores de cinema, poetas se despedem de Arnaldo Jabor, no Rio

De acordo com a família, a causa da morte foram complicações do AVC. As informações são da Agência Brasil.

FolhaPress

16/02/2022 17h34

Foto|Tomaz Silva|Agência Brasil

Nesta quarta-feira (16), está acontecendo o velório de Arnaldo Jabor no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM). Companheiros de cinema, amigos e fãs do cineasta, entre os quais os diretores cinematográficos Bárbara Paz e Zelito Viana, e a diretora de televisão Amora Mautner, percorrem o espaço desde as 11h, para suas últimas homenagens ao cineasta e jornalista carioca, nascido a 12 de dezembro de 1940, no então Distrito Federal, filho do oficial da Aeronáutica Salomão Jabor Sobrinho e da dona de casa Diva Hess. Os três filhos do cineasta – João Pedro, Carolina e Juliana – estiveram presentes ao velório no Rio.


Arnaldo Jabor morreu na terça (15), aos 81 anos de idade, no Hospital Sirio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 17 de dezembro, depois de sofrer um acidente vascular cerebral. De acordo com a família, a causa da morte foram complicações do AVC. As informações são da Agência Brasil.


Um dos fundadores do Cinema Novo, o cineasta Cacá Diegues disse à Agência Brasil que Jabor foi uma das pessoas mais importantes da cultura brasileira moderna. “Ele viu o Brasil do jeito que a gente gostaria de ver também. É um amigo inigualável, uma pessoa da qual jamais esquecerei. É um amigo inesquecível. Já estou com muita saudade dele”.


De seu sítio, no interior do estado, onde se encontra recolhida, a atriz Fernanda Montenegro lamentou a morte do amigo Arnaldo Jabor, responsável por fazê-la ingressar de vez no meio cinematográfico, com o filme “Tudo Bem”. “Jabor, querido, que criador, que homem de cultura você é. Há três filmes seus que são antológicos, fazem parte da nossa história cultural cinematográfica, que são “Eu te Amo”, “Tudo Bem” e “Eu Sei que Vou te Amar”. Nosso elenco extraordinariamente aproveitado. Está aí para provar; é só querer ver”, indicou a atriz, que será empossada este ano como nova imortal da Academia Brasileira de Letras.


Fernanda lembrou da personalidade de Jabor como jornalista, pensador, cronista, ensaísta, “com a coragem política de se propor. Um grande adeus, um demorado adeus, um eterno adeus. Eu amo o filme que fizemos juntos, louco, mas de uma transcendência poética, como toda a sua obra cinematográfica”.


“Um grande abraço, meu amigo querido, detonador de uma vida cinematográfica para a qual eu, de repente, me vi levada. Devo a você essa confirmação de que eu poderia fazer cinema, que vinha desde “A Falecida”, mas com você se consolidou. Um grande abraço. Para sempre um grande abraço. Um grande agradecimento”, concluiu a primeira-dama do teatro brasileiro em sua despedida do amigo.


A cineasta Lúcia Murat, embora só tenha conhecido Jabor socialmente, disse à Agência Brasil que o importante hoje é pensar nele como grande cineasta, que fez obras fundamentais. “Não tinha grande proximidade, mas acho que foi uma perda imensa para o cinema brasileiro e é uma pessoa que tem de ser lembrada pelos grandes filmes que fez”.


Nas redes sociais, a atriz Fernanda Torres, afirmou que “o Brasil perde um provocador maravilhoso, um grande revolucionário. Grande Jabor!”. Aos 20 anos, Fernanda Torres ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, por seu papel no filme de Jabor “Eu Sei que Vou te Amar”.


O ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), professor e poeta Marco Lucchesi, destacou, em entrevista à Agência Brasil, que “Arnaldo Jabor representa parte da história do cinema brasileiro recente. Alma inquieta trazia dentro si todos os ventos. Mansos e bravios. Um temporal. Um estado permanente de alerta e combate”.

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