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Atores de Hollywood se preparam para greve após fracasso da negociação com estúdios

negociadores recomendaram uma greve ao comitê nacional do sindicato, que deve votar a respeito na manhã desta quinta-feira

Redação Jornal de Brasília

13/07/2023 16h03

Foto: Agence France-Presse

Os atores de Hollywood têm previsto entrar em greve a partir desta quinta-feira (13), unindo-se assim aos roteiristas, em uma ação conjunta jamais vista há 60 anos que ameaça paralisar quase por completo a indústria do cinema e da televisão americana.

O Screen Actors Guild (SAG-AFTRA), que representa cerca de 160.000 artistas, desde grandes estrelas a figurantes, afirmou, na madrugada desta quinta, que as negociações com os estúdios não atenderam suas demandas contratuais.

Os negociadores recomendaram uma greve ao comitê nacional do sindicato, que deve votar a respeito na manhã desta quinta-feira.

Caso se confirme a recomendação, os atores unirão forças aos roteiristas, que já estão há 11 semanas de greve, com piquetes nas portas de estúdios e plataformas de streaming como Disney e Netflix.

Uma greve dupla não ocorre desde 1960.

“O SAG-AFTRA negociou de boa fé e estava disposto a chegar a um acordo que abordou de maneira suficiente as necessidades dos artistas”, disse a presidente do sindicato, Fran Drecher, em um comunicado.

“Mas as respostas da AMPTP (que representa os estúdios) às propostas mais importantes do sindicato foram insultantes e houve uma enorme falta de respeito com as nossas contribuições para essa indústria”.

Atores e roteiristas buscam aumentos salariais para enfrentar a inflação e proteção no futuro pelo uso de Inteligência Artificial (IA) nas produções de cinema e televisão.

“Na última década, sua remuneração foi gravemente diminuída pelo auge do streaming. Além disso, a IA se torna uma ameaça real para os criadores”, disse um comunicado do SAG-AFTRA depois de que as negociações colapsaram.

A Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP) disse estar “decepcionada” pelo encerramento das negociações. “É uma decisão do sindicato (de atores), não nossa”, disse o grupo em um comunicado durante a madrugada.

Tapetes vermelhos e eventos

Os atores de cinema e televisão não entram em greve desde 1980, quando ficaram de braços cruzados por mais de três meses.

Hollywood se prepara para o impacto dessa nova ação que pode colocá-la de joelhos.

A paralisação dos roteiristas já havia reduzido a quantidade de filmes e programas em produção, mas sem atores a indústria se verá obrigada a parar.

Alguns reality shows, programas de auditório e entrevistas poderiam continuar.

Mas as séries dramáticas e outros programas enfrentarão atrasos. E se os protestos se estenderem, as produções de grande sucesso no calendário se verão impactadas.

As estrelas também não participarão dos eventos promocionais de seus filmes e os tapetes vermelhos serão suspensos.

Em Londres, a grande estreia da noite de quarta, “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, foi adiantada em uma hora para que figuras como Robert Downey Jr., Matt Damon e Emily Blunt, que fazem parte do elenco, pudessem participar sem infringir as regras do sindicato.

Durante o evento, Blunt disse ter esperanças de que fosse alcançado “um acordo justo”. “E se pedem a greve, participaremos juntos como um elenco, unidos com todos. Temos que fazer isso, e o faremos. Veremos o que acontece”.

O lançamento do filme nos Estados Unidos estava previsto para a segunda-feira, em Nova York, mas com esse novo cenário o evento parece improvável.

Até a cerimônia do Emmy de 18 de setembro poderia ser adiada para novembro, ou até mesmo, ficar para o próximo ano.

“Esperamos que as negociações em curso do sindicato cheguem a uma solução rápida e equitativa” disse Frank Scherma, chefe da Academia da Televisão, ao anunciar as indicações da 75ª edição do prêmio na última quarta-feira.

© Agence France-Presse

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