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Ann Dowd confirma Tia Lydia em spin-off da série ‘The Handmaid’s Tale’

Vulnerabilidades da personagem vão ser exploradas em nova temporada

FolhaPress

15/09/2022 9h22

Foto: Reprodução

VITOR MORENO
SÃO PAULO, SP

“Quando eu li o roteiro… Nada mais deveria me chocar, mas eu ficava o tempo todo falando: ‘Não, isso tem que ser brincadeira!’. E o pior é que não é algo impossível de acreditar, porque os autores já fizeram coisas assim antes”, diz Ann Dowd, 66, sobre a quinta temporada da série “The Handmaid’s Tale”.

A produção chega ao Brasil no domingo (18) pelo serviço de streaming Paramount+, com novas maldades de Tia Lydia, a responsável por “educar” e manter a ordem entre as aias de Gilead. Na trama, após uma pandemia de infertilidade, as mulheres que conseguem ter filhos são forçadas a ter esse papel, mantendo relações sexuais a força.

Porém, nos novos episódios, é possível ver que a personagem tem muitos lados a serem explorados. Tanto que será uma das protagonistas da série derivada que está sendo desenvolvida com foco no livro “The Testaments”, continuação do livro que deu origem à série, lançado em 2019. “Estou extremamente animada com isso”, confessa a atriz.

“Estou amando saber quais são os próximos passos dela e como ela chega onde chegou”, comenta. “Me sinto privilegiada de ter a oportunidade de permanecer ligada a ela por enquanto. Sinto como se ela fosse da família. Não sei como descrever essa sensação, mas estou ansiosa pelo que nos espera.”

Bruce Miller, que adaptou a obra de Margaret Atwood para a televisão, confirma que está trabalhando no projeto. A história do primeiro livro, no entanto, se encerrou junto com a primeira temporada, de modo que a série já caminhava sozinha quando a continuação foi lançada.

“Estamos tentando fazer com que a série e o novo livro se encontrem, mas isso sempre foi uma questão, porque nós conversávamos com a autora enquanto ela ainda estava escrevendo e já estávamos trabalhando para que pelo menos elas tivessem alguma semelhança”, conta.

“Estamos começando a trabalhar em ‘The Testaments’, tentando fazer com que saia do papel, mas certamente, a cada temporada de ‘The Handmaid’s Tale’, estamos chegando mais perto de como os personagens estão no começo dessa nova história”, afirma.

Por enquanto, porém, Dowd está mais preocupada em mostrar o quanto Tia Lydia evoluiu desde a primeira temporada. Pela primeira vez, o público vai acompanhar a personagem mostrando que também é vulnerável e que nem sempre está em paz com as coisas que ela faz a mando dos comandantes de Gilead.

“Eu a conheço há cinco anos agora, e isso é um privilégio”, avalia. “Se eu escutá-la com atenção e parar de tentar controlá-la, eu consigo perceber tudo o que ela está passando, e não são coisas fáceis.

Quando você olha para trás e percebe os erros que cometeu e a crueldade que impôs aos outros, você tem duas opções: negar, dizendo que não foi nada daquilo ou que foi obrigado a fazer, ou desmoronar e começar tudo do zero.”

A atriz diz acreditar que Tia Lydia escolhe esse segundo caminho nesta temporada. “E é por isso que estou tão orgulhosa dela”, comemora. “Ela escolheu olhar para dentro, com honestidade e sem se esconder de nada. É uma jornada para ela, ela ainda tem muito o que aprender, mas ela deu o primeiro passo. Quando as paredes enormes dessa fortaleza forem abaixo, só sobrará esperança adiante.

Dowd conta que, apesar de a personagem ter sido a personificação da maldade nos primeiros anos da série, ela nunca acreditou que o papel fosse bidimensional. “Uma regra primordial para qualquer ator é não julgar”, lembra. “Acredito que os personagens sejam muito sensíveis a esses julgamentos, é um processo conhecê-los, como uma conversa na qual eles vão se abrindo aos poucos. Se houver julgamento, essa porta se fecha.”

“Eu aprendi muito com a Lydia, ela me ensinou muitas coisas”, afirma. “Não posso falar sobre Hitler, Putin ou Trump, mas ninguém na Terra é pura maldade. Somos todos humanos e temos a bondade dentro de nós desde que nascemos. Podemos trabalhar duro para destrui-la e ela pode ficar muito silenciosa nesse processo, como se você estivesse sussurrando dentro de um armário com um travesseiro tampando a boca, mas ela ainda estará lá presente.”

Para Dowd, essa bondade da personagem se manifesta na relação com as mulheres que ela, ocasionalmente, também precisa maltratar. “Acho que ela ama Janine, ama a June e ama aquelas garotas”, avalia. “Antes, ela se protegia desse amor. Desculpem falar como uma péssima poeta, mas o amor é o sentimento mais forte do mundo e, se você permitir que ele te atinja, o medo se dissipa e as barreiras começam a cair, porque os humanos são feitos para se conectar. Isso é o que está acontecendo com a Lydia agora, ela gostando ou não.”

A atriz também comemora que a personagem é muito esperta e, apesar de já ter tido algumas derrotas, está preparada para voltar a exercer sua influência em Gilead. “Lydia não é burra, ela sabe que não tem o poder de um comandante, mas está observando tudo e guardando evidências”, afirma.

Ela antecipa que a personagem vai precisar se aliar a pessoas que não necessariamente seriam sua primeira escolha. “O comandante Lawrence sempre a tratou como uma bruxa que ele não queria ver pela frente, mas ela sabe que precisa trabalhar com ele se quiser mudar algumas coisas, e também sabe que ele precisa dela.”

“Ela sabe que precisa jogar e está cada vez melhor nesse jogo”, conclui. “Ela aprendeu a manter a boca fechada e, de forma sutil, o poder dela vai crescer naquele ambiente. Não é algo que vai acontecer amanhã, mas ela é paciente. Vai acontecer. Apenas esperem.”

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