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Adriana Esteves vê Carminha, de Avenida Brasil, entre maiores vilãs da TV

A atriz diz sentir orgulho do resultado e destaca a importância do trabalho dos diretores Amora Mautner, José Luiz Villamarim e Ricardo Waddington na composição de Carminha

FolhaPress

18/10/2022 16h24

Foto: Divulgação

WESLLEY NETO
SÃO PAULO, SP

A atriz Adriana Esteves, 52, encara Carminha como “um presente para toda a vida”. A personagem marcou época em “Avenida Brasil” (2012), de João Emanuel Carneiro, novela que teve o último capítulo exibido pela TV Globo em 19 de outubro de 2012 – dez anos amanhã.

“Eu fico muito feliz, é meu assunto predileto”, brinca a artista ao celebrar a data em conversa com a reportagem. Adriana lembrou detalhes da preparação, impacto da personagem e a importância da obra para a sua carreira.

“Sentia a necessidade de corresponder à beleza daquele texto. Eu sabia que era uma joia, e eu precisava dar conta de realizar a história na mesma proporção que eu via”, contou sobre a construção da personagem.

A atriz diz sentir orgulho do resultado e destaca a importância do trabalho dos diretores Amora Mautner, José Luiz Villamarim e Ricardo Waddington na composição de Carminha.

“É uma das grandes vilãs da história das nossas telenovelas, mas também uma grande vilã inserida em uma das maiores novelas da nossa história. Isso confere a ela um lugar interessante, semelhante à Maria de Fátima (Glória Pires) e Odete Roitman (Beatriz Segall) em ‘Vale Tudo'”.

“Bateu uma inspiração, uma vontade de desenvolver a minha criatividade. Também tinha medo e preocupação. O meu grau de exigência naquele trabalho era enorme”, afirmou Esteves.

Mesmo após dez anos, a atriz afirma que não mudaria “nem uma vírgula” do caminho percorrido por Carminha em toda a trama.

“Quando a Nina (Débora Falabella) entrou na mansão para se vingar, eu sofri profundamente. Via a Carminha muito ‘poderosa’, que não poderia se submeter à dominação. Mas era justamente isso que deixava a personagem ainda mais forte, por mostrá-la lidando com as adversidades”, lembra.

Para Adriana, “Avenida Brasil” também fez sucesso por se inspirar na “ascensão da classe C”, o que tornava os personagens ainda mais próximos do público.

“O Brasil está bem diferente (do retratado à época na novela), mas acredito que vamos retornar à alegria que sentíamos naquele momento. Tenho essa fé”, analisa.

CARMINHA ESTÁ VIVA

Adriana Esteves se surpreendeu com a recepção durante o Rock in Rio, realizado em setembro deste ano. Ela conta que um grupo de fãs gritou o nome de Carminha no local.

“Isso me impressiona. […] Fiz vários trabalhos depois de ‘Avenida Brasil’, eu não parei de trabalhar na TV e no cinema durante os últimos dez anos. Mas me dá um susto ver que ela ainda está muito viva”.

Além da minissérie “Justiça” (2016) e da série “Assédio” (2018), Adriana Esteves também participou das novelas “Babilônia” (2015), “Segundo Sol” (2018) e “Amor de Mãe” (2019).

A forte presença de Carminha também se dá pela constante circulação de memes e cenas envolvendo a personagem nas redes sociais. O momento em que a vilã é expulsa da casa de Tufão (Murilo Benício) é um dos mais lembrados pelo público.

“Ela aparece envolvida em questões com muita graça e beleza na internet, comentando até sobre o momento político. Usam cenas e o próprio personagem para pontuar situações, trazer humor. Eu acho adorável”, comenta.

Adriana não se baseou em outras vilãs para encontrar o tom de Carminha. A atriz lembra que tudo o que via, principalmente notícias em jornais, servia de inspiração para as cenas.

ROTINA E PAPO COM COACH

Dormir seis horas por dia era um privilégio no período em que Adriana Esteves participou das gravações de “Avenida Brasil”. Ela contou com a ajuda de uma coach, com quem já trabalhava anteriormente, durante praticamente um ano.

“Eu chegava em casa 0h e, se fosse necessário, a Verinha estaria aqui me esperando para estudar o texto do dia seguinte. Quando eu precisava dormir, ela chegava aqui às 6h em ponto. Quando não dava para estudar em casa, a gente refletia, estudava e memorizava no carro, partindo para os estúdios”.

“Eu não sei se hoje eu teria saúde física para aquela maratona. Eu sou muito disciplinada e estava tudo organizado para que eu me alimentasse bem, tivesse uma tranquilidade em casa”, completa a atriz.

PARCERIAS DE SUCESSO

Além da intensidade na gravação das cenas, fortes amizades também marcaram os bastidores de “Avenida Brasil”. Adriana Esteves afirma que, após dez anos da exibição, considera Debora Falabella uma de suas “melhores amigas”.

Ela também destacou o ótimo relacionamento com Murilo Benício e Marcello Novaes (que viveu Max), de quem é amiga desde a adolescência.

“Esse trabalho nos colocou em um grupo de parcerias profissionais muito importantes, tornando nossa relação ainda mais bonita. O Max é o principal trabalho da carreira do Marcello. A novela uniu todo o elenco, um ator entrou no coração do outro”.

Assim como aconteceu com “Pantanal” recentemente, Adriana vê potencial em um remake de “Avenida Brasil” depois de 20 ou 30 anos da primeira exibição da trama.

“Eu fico pensando: se fizessem, será que eu vou sofrer? Eu ia pedir, pelo amor de Deus, para o João (Emanuel Carneiro) não mudar uma vírgula na novela inteira. Também acharia importante ter os mesmos diretores. Mas vejo sempre como um sucesso”, brinca.

POR TRÁS DAS CÂMERAS

Mesmo sem aparecer em cena, Adriana conta que um ator foi fundamental para seu sucesso em “Avenida Brasil”. Vladimir Brichta, 46, é casado com a artista desde 2006.

A intérprete de Carminha se tornou mãe de Vicente (16) durante o atual casamento. Anteriormente, ela teve Felipe (22), fruto do relacionamento com o também ator Marco Ricca. Os artistas permaneceram juntos entre 1994 e 2004.

“É um baita parceiro. Meus filhos eram menores e exigiam uma demanda grande. Ele dominou muito bem as questões da casa para me deixar à vontade e segura para ir trabalhar. Ele me deu muita segurança, foi um baita de um parceiro. Fiquei 9 meses com a cabeça na novela”.

Adriana Esteves completa 32 anos de carreira em 2022. Estreante em “Top Model” (1989) e presente em produções de sucesso da Globo, como “O Cravo e a Rosa” (2000), ela comenta sobre a importância de Carminha em sua trajetória.

“É um papel que me orgulha muito. Era muito forte dar conta de uma personagem tão diferente do que eu tinha feito. Aumentou a minha autoestima, tive mais segurança para consolidar o meu amadurecimento enquanto atriz”.

“Avenida Brasil” ultrapassou “Da Cor do Pecado” em 2013, tornando-se a novela mais exportada pela TV Globo. A obra é licenciada em mais de 100 países.

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