O Ministério do Turismo, a Secretaria Especial da Cultura e a Funarte levam, entre os meses de setembro e novembro de 2021, para Brasília (DF) e Porto Seguro (BA), a exposição Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá. Na Capital Federal, a mostra ocorre na Galeria Fayga Ostrower, na Funarte Brasília, entre os dias 16 de setembro e 17 de outubro de 2021, seguindo em itinerância para a Casa da Lenha, em Porto Seguro, Bahia, de 28 de outubro a 27 de novembro de 2021.
O trabalho integra o projeto “Os artistas viajantes europeus e o caso dos mantos tupinambás nas cidades do Rio de Janeiro e Porto Seguro”, e parte da história dos mantos tupinambás para refletir sobre as relações entre esse povo, o processo de dominação colonial e sua resistência. A exposição, contemplada com o Prêmio Funarte Artes Visuais 2020/2021, conta com obras de Edimilson de Almeida Pereira, Fernanda Liberti, Glicéria Tupinambá, Gustavo Caboco, Livia Melzi, Rogério Sganzerla e Sophia Pinheiro, e curadoria de Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá, Juliana Caffé e Juliana Gontijo.

Além das obras, entre fotografias, poemas, desenhos, e três mantos confeccionados por Glicéria em 2021, a mostra conta com um catálogo que terá distribuição gratuita e um núcleo histórico com imagens e textos que acompanham a história deste objeto sagrado.
Uma novidade é que o Nheengatu, língua derivada do tupi antigo, foi escolhido como idioma principal da exposição. O Nheengatu – palavra que significa “língua boa” – , foi usado no século XIX, como idioma comum entre várias nações indígenas da região amazônica. Era mais popular que o português no Amazonas e Pará até 1877. Atualmente, essa língua franca (utilizada em comunidades que utilizam mais de um idioma), é uma das línguas oficiais do município de São Gabriel da Cachoeira (AM). É utilizado ainda para a comunicação entre indígenas e não indígenas; e foi retomado por grupos que perderam seu idioma nativo.
Objetos sagrados para os Tupinambá, os mantos foram levados do Brasil no período colonial pelos europeus e passaram a integrar coleções reais. Atualmente, sabe-se da existência de onze desses itens cerimoniais, que foram produzidos entre os séculos XVI e XVII, todos conservados em museus etnográficos europeus. Segundo os curadores,
conduzida por sonhos no ano de 2006, Glicéria Tupinambá, da aldeia de Serra do Padeiro (BA), reiniciou a confecção de um novo manto, o que se tornou o eixo central da exposição.
Mesmo que os onze mantos não tenham retornado ao Brasil e sua produção tenha adormecido por longo período, os artefatos nunca deixaram de habitar o mundo dos Encantados – entidades sobrenaturais que guiam o povo Tupinambá – e agora voltam a ser confeccionadas pelas mãos de Glicéria.
SERVIÇO
Exposição: Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto
tupinambá
Artistas: Edimilson de Almeida Pereira, Fernanda Liberti, Glicéria Tupinambá, Gustavo
Caboco, Livia Melzi, Rogério Sganzerla e Sophia Pinheiro
Curadoria: Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá, Juliana Caffé e Juliana Gontijo
Galeria Fayga Ostrower
Funarte Brasília – Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural, Brasília-DF (entre a Torre de TV e o Centro de Convenções)
Abertura: 16 de setembro de 2021, quinta-feira, às 18h
Visitação: de 17 de setembro à 17 de outubro de 2021, de quarta-feira a domingo, das 11h às
19h
Entrada Franca
Informações: [email protected]