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Economia

Investimento: sem taxas, renda fixa paga mais

Arquivo Geral

15/10/2018 7h00

Atualizada 14/10/2018 18h40

Divulgação

João Paulo Mariano
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Acaba de surgir mais um instrumento para facilitar – e remunerar melhor – quem deseja começar ou ampliar investimento na renda fixa. Os bancos convencionais pegaram carona em um atrativo já oferecido a corretoras: a isenção de taxas para investimentos em renda fixa, como o Tesouro Direto e o CDB. Em tempos de ganhos reais baixos, a retirada da cobrança atrai quem quer lucrar um pouco mais.

Quatro dos maiores bancos multimercado do Brasil já entraram na onda e isentaram os aplicadores das taxas de custódia ou de negociação. Há seis meses, quem quisesse se livrar das cobranças precisaria ir atrás de uma corretora que possibilitasse os depósitos ou retiradas de forma gratuita. Porém, menos conhecidas do grande público, ainda não tinham a mesma procura – e confiança – dos bancos.

Uma das primeiras instituições a se adaptar foi o Bradesco que, no início de junho deste ano, retirou a cobrança de 0,5% nas transações de uso ou retirada do Tesouro Direto. Essa taxa pode parecer pequena, mas não é: se ela tiver que ser retirada de um ganho real, anual, de cerca de 3%, o número não é pequeno. Essa foi, por exemplo, a rentabilidade dos investidores do Tesouro vinculado a taxa básica de juros, a Selic, neste ano. A taxa deve terminar o ano em 6,5% e a inflação em 3% ou 3,5%. Ganho de 3%, apenas.

Já em setembro, três outros bancos retiraram taxas que cobravam nas operações da renda fixa. No início do mês passado, o Itaú Unibanco divulgou que zeraria as tarifas para novos e antigos clientes. À época, o diretor de Produtos de Investimento e Previdência, Cláudio Sanches, divulgou que, “em um cenário de juros baixos, os clientes, sejam eles de varejo ou alta renda, precisam de mais opções para investir, principalmente em renda fixa”.

Em seguida vieram Banco do Brasil e Santander. O BB alegou que essa seria uma forma de alinhar os custos desses produtos à nova prática de mercado, além de fortalecer o posicionamento junto aos clientes investidores, “valorizando o relacionamento de longo prazo e contribuindo para a fidelização”.

Já o Santander apostou na atitude como medida que abre a possibilidade de entrada no mundo dos investimentos. “O investimento em títulos públicos está em nossas carteiras recomendadas e é a porta de entrada para os clientes conhecerem todas as alternativas de diversificação que a Santander Corretora oferece, que vão desde fundos imobiliários até investimentos no exterior por meio de BDRs”, afirmou em comunicado oficial, no dia 19 de setembro, o diretor de Investimentos do Santander, Gilberto Abreu.

Apesar dos benefícios que os clientes devem receber a partir de agora, o educador financeiro Francisco Nunes alerta que não é só por conta da isenção de taxas que esse tipo de investimento deve ser o escolhido pela pessoa. É necessário cada um entender qual é o seu perfil de investidor e a partir daí colocar no banco minimercado ou na corretora o dinheiro que vai corresponder a seu planejamento financeiro. Isso se fará comparando rentabilidade e risco da aplicação.

Fica fácil aplicar no Tesouro Direto

Para o educador financeiro Francisco Nunes, esse movimento por parte dos bancos convencionais faz parte de uma democratização do Tesouro Direto, atendendo à necessidade de investir e facilitando a educação financeira. Ele entende que o ato de investir era comum às classes A e B, mas se tornava preciso alcançar as C e D.

Para complementar, era preciso fazer algo para reverter a perda de clientes para as corretoras, que, em geral, trabalham de forma mais “agressiva” para atrair aplicações e abocanham mais clientes. “Os bancos perderam parte do mercado. Com o aumento da educação financeira e também da compreensão do que as coisas significam, eles só perdiam”, afirma Francisco Nunes.

O especialista lembra que corretoras começaram a ficar mais conhecidas no boca-a-boca das pessoas, como a Easynvest, ou com propaganda na televisão, como a XP Investimentos. A consequência foi o contra-ataque dos bancos.

A Caixa Econômica Federal ainda não isentou de suas taxas os investimentos em renda fixa, mas alega que existe, atualmente, uma analise para flexibilizar as taxas de custódia do Tesouro Nacional.

Respondendo ao Jornal de Brasília, a CEF afirmou que está atento às condições de mercado, bem como às necessidades dos clientes, mantendo uma cesta de serviços a preços competitivos. “Sendo assim, informamos que encontra-se em andamento a análise de flexibilização das taxas de custódia do Tesouro Direto”, informou por meio de uma nota.

Saiba Mais

Antes de começar, é preciso saber o que se quer – mesmo que se possa investir pouco.

Quero ser um investidor? Se a pessoa não entender o significado de investir e a importância da educação financeira, em algum momento tudo vai por água abaixo.

Para que eu quero investir? É porque eu quero ter uma boa aposentadoria? Quero um carro no curto prazo ou uma casa no longo prazo? Se a pessoas definirem com precisão o que querem, ficará mais fácil saber quanto tem que economizar para o sonho se tornar realidade.

Quem define o que eu invisto sou eu ou a corretora? Nem banco, nem corretora, devem decidir quando e como eu devo investir. É necessário fazer as coisas no seu perfil.

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