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Economia

Governo não está satisfeito com ritmo e quer acelerar privatizações, diz Guedes

Guedes já havia observado anteriormente que governo vai por um lado estancar a máquina pública e por outro criar um bom ambiente de negócios

Aline Rocha

10/10/2019 14h25

Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 10, que o governo não está satisfeito com o atual ritmo de privatizações. “Precisamos acelerar o ritmo das privatizações, já que alcançamos rapidamente a meta inicial de R$ 80 milhões em privatização”, afirmou durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019.

O evento, realizado em São Paulo, é organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Guedes já havia observado anteriormente que governo vai por um lado estancar a máquina pública e por outro criar um bom ambiente de negócios.

O ministro disse também que o governo precisa desindexar e desvincular a economia. “Para depois descentralizar. Essa é essência do pacto federativo”, apontou Guedes, sendo aplaudido pela plateia.

O ministro também comentou sobre a aprovação da cessão onerosa, afirmando que com a medida o Brasil destrava uma nova fronteira para investimentos em energia e gás. “A Petrobras tem de cumprir a sua essência que é mergulhar e pegar o petróleo.”

Segundo o ministro, estão avançando estudos com alternativas para energia e o grande salto será na elétrica.

Pacto federativo

O pacto federativo será o próximo esforço do governo após a aprovação da reforma da Previdência, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes. “A classe política já percebeu a importância do pacto federativo. Precisamos pegar recursos, como os da exploração de petróleo, e distribuir para federação, jogando para a base transformar em capital humano”, afirmou, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019.

Para ele, o pacto federativo será crucial para a descentralização dos recursos. “Não adianta pedir dinheiro subsidiado ao BNDES, porque o dinheiro estará na base”, afirmou.

Guedes defendeu o investimento pelas federações em capital humano, por meio de investimentos na saúde e educação. “O País pode não ter petróleo no futuro, mas terá formação.”

Eixos do BNDES

O ministro da Economia disse que a agenda do governo prevê a redução da alavancagem dos bancos públicos e a venda de participações acionárias dos bancos em empresas privadas. “Por que banco público tem que ficar com carteira de ações? Tem é que vender isso e devolver o que está devendo para o Brasil”, defendeu.

Se essas vendas de ações forem realizadas, só o BNDES poderia realocar R$ 50 bilhões, pelos cálculos do ministro. Ele ainda enfatizou que daqui em diante os eixos do BNDES serão saneamento, concessões, privatizações e a reestruturação financeira de Estados e municípios.

Guedes apontou que um novo Brasil está surgindo e que a nova política está funcionando, e citou como exemplo o andamento da reforma da Previdência no Congresso e a aprovação nesta semana do projeto de lei da cessão onerosa.

Na sua visão, o Congresso está assumindo a responsabilidade de ajudar a controlar o orçamento público. O ministro ainda atribuiu o avanço do seu programa à postura liberal democrata.

Governo acredita nos mercados e no investimento privado

Em palestra a uma plateia de investidores nacionais e estrangeiros, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltou que a atual gestão do presidente Jair Bolsonaro acredita nos mercados e no investimento privado. Como exemplo Guedes citou a Medida Provisória do saneamento que “desbloqueia e abre horizonte de investimentos para bilhões de dólares”. “É preciso estimular a concorrência. Somos 200 milhões de trouxas sendo atendidos por quatro empreiteiras, quatro bancos”, disse Guedes, no evento realizado em São Paulo, que é organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Sobre o sistema financeiro, o ministro disse que a concorrência dos bancos com fintechs e outras empresas vai ajudar a comprimir o spread. “Os spreads precisam cair. Queremos ser atendidos por inúmeras instituições”, afirmou Guedes.

O ministro observou que o esforço de aumentar a concorrência vai ao encontro da plataforma liberal que o governo acredita. “Essa plataforma confia no sistema privado, mas mantém fraternidade com os que ficaram para trás. Vamos manter todos os benefícios dos mais frágeis. Tudo o que for bom tem de ser mantido”, pontuou Guedes.

Ele disse ainda que o governo considera inserir os mais vulneráveis nesse sistema e não subsidiá-los. “Acreditamos que a principal força da capacidade humana é o trabalho.”

Software

O ministro da Economia comparou o funcionamento da máquina pública a um software, em virtude do orçamento engessado da União e dos entes federativos. “O Brasil é administrado por software que roda sem parar. Boa política é desligar o software, em vez de jogar a culpa nele”, afirmou.

Para Guedes, é esse software (orçamento engessado) que está atrapalhando o crescimento do País.

“A Constituição carimbou o dinheiro, que na época era preciso, mas agora trouxe mal funcionamento de tudo. Um prefeito precisa de ambulância, mas não pode comprar, porque precisa adquirir uniforme escolar quatro vezes por ano”, observou o ministro.

Segundo ele, as próximas reformas do governo vão no intuito de desbloquear e desvincular esses recursos.

Próximos passos

Após a aprovação da reforma da Previdência, o governo deve voltar os esforços para o andamento do pacto federativo no Senado Federal, da reforma tributária na Câmara dos Deputados e de uma reforma administrativa no serviço público, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019. “Precisamos fazer o redesenho do serviço público. Não pode o servidor continuar ganhando bem e não ter serviço de qualidade na ponta”, afirmou Guedes.

O ministro comparou a remuneração do serviço público com o privado, ressaltando que há distorções no sistema federal. “Iremos corrigir os planos de carreira do funcionalismo público na reforma administrativa”, disse Guedes.

 

Estadão Conteúdo 

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