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Economia

Confira o cenário econômico desta segunda (25)

A media da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou estável em 5,2% em janeiro, resultado igual ao obtido em dezembro de 2020

Redação Jornal de Brasília

25/01/2021 10h17

Foto: Reprodução

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2021. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira que a mediana das previsões para a Selic neste ano foi de 3,25% para 3,50% ao ano. Há um mês, estava em 3,13%.

No caso de 2022, a projeção foi de 4,75% para 5,00% ao ano, ante 4,50% de mês antes. Para 2023, seguiu em 6,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás. Para 2024, permaneceu em 6,00%, igual a um mês atrás.

Na semana passada, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central preparou o terreno para possível elevação dos juros em 2021. Isso porque a instituição deu fim ao chamado “forward guidance” (ou prescrição futura, na tradução do inglês).

Adotado em agosto de 2020, o “forward guidance” era uma indicação técnica do BC de que não pretendia elevar os juros se a inflação seguisse sob controle e o risco fiscal não se alterasse. O problema é que, nos últimos meses, a inflação ao consumidor está mais salgada, puxada por aumentos de preços em itens como alimentos e energia.

Projeção do Focus para PIB de 2021 passa de +3,45% para +3,49%

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. Conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 25, a expectativa para a economia este ano passou de alta de 3,45% para elevação de 3,49%. Há quatro semanas, a estimativa também era de 3,49%. Para 2022, o mercado financeiro manteve a previsão do PIB em alta de 2,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2021 passou de alta de 5,00% para 5,03%. Há um mês, estava em elevação de 5,00%. No caso de 2022, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 2,40% para 2,45%, ante 2,37% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021 passou de 64,95% para 64,45%. Há um mês, estava em 66,60%. Para 2022, a expectativa seguiu em 66,60%, ante 68,30% de um mês atrás.

Déficit primário

O Relatório de Mercado Focus trouxe hoje manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2021. A relação entre o déficit primário e o PIB no ano passado seguiu em 2,80%. No caso de 2022, foi de 2,00% para 2,16%. Há um mês, os porcentuais estavam em 3,00% e 2,20%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 foi de 6,92% para 7,00%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, passou de 6,30% para 6,40%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 7,00% e 6,25%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a balança comercial em 2021 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, em superávit comercial de US$ 55,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 55,10 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit foi de US$ 50,00 bilhões para US$ 49,30 bilhões. Há um mês, estava em US$ 48,90 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2021 foi de déficit de US$ 19,41 bilhões para US$ 19,95 bilhões, ante US$ 15,00 bilhões de um mês antes. Para 2022, a projeção de rombo foi de US$ 29,55 bilhões para US$ 29,10 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 28,27 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 seguiu em US$ 60,00 bilhões. Há um mês, estava no mesmo patamar. Para 2022, a expectativa permaneceu em US$ 70,00 bilhões, igual a um mês antes.

Câmbio 2021 permanece em R$ 5,00, projeta Focus

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 25, pelo Banco Central (BC), mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim período seguiu em R$ 5,00, valor igual ao de um mês atrás.

Já para 2022, a projeção dos economistas do mercado financeiro para o câmbio foi de R$ 4,90 para R$ 5,00, ante R$ 4,95 de quatro pesquisas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada neste mês pelo BC. Com a mudança, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

IPCA para 2021 passa de 3,43% para 3,50%, prevê Focus

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA – o índice oficial de preços – em 2021. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 25, pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 3,43% para 3,50%. Há um mês, estava em 3,34%. A projeção para o índice em 2022 seguiu em 3,50%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2023, que seguiu em 3,25%. No caso de 2024, a expectativa foi de 3,22% para 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,25% e 3,20%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2021, de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Últimos 5 dias úteis

A projeção mediana para o IPCA de 2021 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 3,47% para 3,60%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 55 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 3,34%.

No caso de 2022, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis seguiu em 3,50%. Há um mês, estava em 3,49%. A atualização no Focus foi feita por 50 instituições.

Outros meses

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em janeiro de 2021, de alta de 0,27% para avanço de 0,29%. Um mês antes, o porcentual projetado indicava alta de 0,32%.

Para fevereiro, a projeção no Focus foi de alta de 0,45% para 0,46% e, para março, seguiu em alta de 0,29%. Há um mês, os porcentuais indicavam elevações de 0,38% e 0,26%, nesta ordem.

No Focus agora divulgado, a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de alta de 3,43% para 3,49% de uma semana para outra – há um mês, estava em 3,72%.

Inflação

A media da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou estável em 5,2% em janeiro, resultado igual ao obtido em dezembro de 2020, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em relação a dezembro de 2019, houve elevação de 0,2 ponto porcentual.

“Apesar da expectativa mediana de inflação dos consumidores para os próximos doze meses ter se mantido estável em janeiro, ela carrega o viés de alta dos últimos meses com projeções acima da meta de inflação estabelecida pela autoridade monetária para 2021 (3,75%)”, diz a nota divulgada há pouco pela FGV.

Segundo a entidade, a inflação de alimentos e o encarecimento da conta de luz, por causa do sistema de bandeiras – que cobra uma taxa adicional na tarifa, por conta do acionamento de usinas térmicas, mais caras – explicam essa percepção.

“Os consumidores sentiram a aceleração dos preços de alimentos e bebidas e a mudança da bandeira tarifária nos últimos meses, ainda que o cenário fosse de fraca atividade econômica. Isso faz com que projetem uma manutenção desse cenário para 2021”, continua a nota da FGV.

Na distribuição por faixas de inflação, 39,7% dos consumidores projetam inflação acima do limite superior da meta perseguida pelo Banco Central (BC) para 2021 (que é de 5,25%, considerando a margem de 1,5 ponto a partir da meta de 3,75%). É a maior parcela dos últimos seis meses, segundo a FGV. Por sua vez, 14,2% dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação para 2021. Segundo a FGV, é a menor parcela nos últimos seis meses.

Pela ótica da faixa de renda dos consumidores, as expectativas para a inflação nos próximos 12 meses desaceleraram ligeiramente entre os entrevistados de menor poder aquisitivo. Por outro lado, as expectativas ganharam um pouco mais de força para as famílias com maior poder aquisitivo. Entre os consumidores com renda familiar mensal até R$ 2,1 mil, a expectativa de inflação caiu 0,2 ponto, para 5,7%. Entre as famílias com renda acima de R$ 9,6 mil, houve aumento de 0,3 ponto nas expectativas, para 4,8%, maior valor desde novembro de 2018 (5,0%).

O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.

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