Menu
Cinema

Festival de Cinema traz o melhor do cinema mundial a Brasília

Arquivo Geral

07/11/2018 15h48

Atualizada 10/11/2018 15h07

Polonês Pawel Pawlikowski levou melhor diretor em Cannes por Guerra Fria (Crédito: Divulgação)

Beatriz Castilho
[email protected]

Em 1873, o francês Julio Verne (1828-1905), dando voz ao personagem fictício Gauthier Ralph, adiantava: “a terra diminuiu, pois a percorremos agora dez vezes mais depressa do que há cem anos”. A passagem faz referência direta à aventura do título que a hospeda: Uma Volta ao Mundo em 80 Dias. Pegando a temática emprestada, o brasiliense embarca em uma viagem mais curta, de apenas dez dias, ao redor do globo por meio da sétima arte. Assim, com 40 filmes na bagagem, o Biff – Brasília International Film Festival invade as telonas da capital a partir desta sexta-feira, 9 de novembro.

Lançada menos de dois meses após o 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a 6ª edição do Biff se propõe a ser uma extensão internacional da festividade veterana. “A cidade já tem esse importante evento da cena nacional. O Biff vem como um complemento para colocar Brasília no circuito de premiações do cinema mundial”, destaca o diretor geral Nilson Rodrigues.

Dentre mais de 400 inscrições, foram selecionados 40 títulos, separados em cinco mostras diferentes. Na parcela competitiva, 16 filmes se dividem igualmente em uma corrida ficcional e outra documental. As outras 24 obras se organizam, principalmente, em três sessões paralelas – 10 em Mundo Animado, sete na Mostra Spike Lee e dois no Memória Biff.

Infiltrado na Klan, de Spike Lee, abre a programação do Biff nesta sexta (9), no Cine Brasília

Muito além de Hollywood
A triagem foi realizada por uma equipe de seleção, sem linha curatória. “O que prevalece é a qualidade de cada filme. Mas se tiverem eventualmente dois filmes empatados em qualidade, se prioriza a variação de nacionalidade”, explica Nilson. Isso porque, para uma maior pluralidade de gêneros e abordagens, é necessária uma maior representatividade geográfica. “Precisamos conhecer a diversidade, e ver que o cinema não é só Hollywood”, pontua.

Essa é a primeira vez que o festival é formulado, nas competitivas, por oito filmes de oito países diferentes. Outro diferencial deste ano é a proposta de homenagem ao diretor norte-americano Spike Lee. “Ele é um dos que melhor abordam a intolerância racial, contribui muito para o debate. Achamos oportuno trazer esse filme nesse momento do País”, finaliza Nilson.

Uma representante tupiniquim

Doc La Manuela é o único representante brasileiro na mostra competitiva do festival (Divulgação)

Em meio à produções da Alemanha, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Itália, México, e Peru, o Brasil marca presença na corrida competitiva com o doc La Manuela, de Clara Linhart. Na mostra Mundo Animado, outro brasileiro: a animação Tito e os Pássaros, de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto.

La Manuela retrata o exílio de Manuela ao se posicionar a favor de causas indígenas, no Equador. “Ela é minha melhor amiga de infância. Nascemos na França, ambas filhas de franceses com mães brasileiras exiladas. Nos conhecemos ainda criança, no Brasil, depois da anistia”, conta Clara, em entrevista.

A ideia para o filme nasceu logo após a diretora ficar sabendo da prisão da amiga. “Vi um post na internet da irmã dela sobre isso e fui para casa da mãe, no Rio. Ali, comecei a filmar com meu celular”. E completa: “É sobre exílio, algo que nunca pensei que iria falar, algo da nossa identidade”.

Serviço
De 9 a 18 de novembro
Em cartaz no Cine Brasília (106/107 Sul), Cine Cultura Liberty Mall (Setor Comercial Norte) e no Sesc Ceilândia (QNN 27)
Ingressos: Cine Brasília e Cine Cultura Liberty Mall: R$ 6 (meia-entrada). Sesc Ceilândia tem entrada franca.
Programação completa em: www.biffestival.com

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado