Música, poesia, história, literatura e muita dança. Há 15 anos, a Margaridas Cia de Dança mescla todas estas artes pelos palcos de Brasília e do Brasil. Uma mistura que deu certo. Para celebrar os 15 anos de sucesso, a companhia retornará agora às luzes da ribalta com dois espetáculos de sua trajetória. A produção Vidro e Alumínio, de 2015, estará em cartaz no sábado, às 20h, no Teatro Sesc Garagem (713/913 Sul).
Já o espetáculo O Ritmo de Forma Silenciosa (2016) será encenado no domingo (31/3), também às 20h, no mesmo local. Após às sessões acontecerá um bate-papo com a companhia para os interessados entenderem o processo criativo. Ingressos: R$ 10 (meia-entrada). Não recomendado para menores de 12 anos.
No palco, Carol Barreiro, Laura Virgínia, Leandro Menezes e Luig Ernani mesclam textos com a dança contemporânea e fazem poesia. O processo criativo é fruto de muito estudo e conta sempre com um viés histórico. Idealizadora da Margaridas, a diretora e coreógrafa brasiliense Laura Virgínia ousa em suas coreografias e junta também sua experiência com as letras. “Sou formada em Literatura pela Universidade de Brasília. Também sou bailarina, coreógrafa e diretora. Então me banho nesta mistura rica das artes”, conta Virgínia, que já fez história com nove espetáculos produzidos desde 2004.
Sobre silêncios
O movimento cultural do jazz e o movimento dos direitos civis e humanos das décadas de 60 e 70 nos Estados Unidos ganham cores, formas e vida em O Ritmo de Forma Silenciosa. A produção visa criar um ritmo silencioso próprio.
“É no silêncio que moram as revoluções. Em O Ritmo de Forma Silenciosa cada música e poema possui em si um universo de riqueza cultural e histórica que impacta tanto quem está dançando quanto quem está assistindo. São cenas que aguçam o imaginário e a memória, sensibilizando nosso estado de ser no mundo contemporâneo”, destaca Laura Virgínia.
E para criar este universo imagético e poético, a diretora traz para cena nomes como Angela Davis, Ella Fitzgerald, Jack Kerouac, John Coltrane, Madeleine Peroux. Miles Davis, Nina Simone, Peggy Lee, Rosa Parks, Serge Gainsbourg e Vince Guaraldi.
Três gerações
A avó Jeny ainda vive em uma época em que os casamentos eram laços eternos. A filha Camila é uma fotógrafa da década de 60 que usa seus álbuns de fotografia como memória. Por último, Nathália é uma arquiteta que vive na superficialidade dos amores modernos e líquidos, mas que ainda se conecta com a avó falecida por meio de cartas.
Montada em 2015, a produção Vidro e Alumínio ganhou forma pelo texto da escritora portuguesa Inês Pedrosa. A obra Nas Tuas Mãos traz a história de três mulheres, de três gerações e fala sobre os relacionamentos e as influências que os mesmos têm sobre toda uma geração.
“Vidro e Alumínio é um espetáculo sensível e poético. São os contextos históricos que dão a base pra expressar, por meio da dança, sobre todos os relacionamentos. Pessoas-pessoas, pessoas-objetos, pessoas-ideias, objetos-objetos, material-imaterial, vontades-desejos, fatos-sons, memória, intimidade-público”, explica Laura.
Saiba mais
– Após passar por Brasília, os espetáculos seguem, itinerantes, para Belém (PA) e Curitiba (PR).
– As produções contam com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Distrito Federal por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC).
– No sábado (30), haverá uma mostra de videodanças produzidas pela companhia Margaridas, às 18h, com entrada franca.
– Ingressos à venda em aqui.
– Informações: 98348-4414