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Brasília

Sem limpeza, aulas da rede pública do DF são comprometidas

Arquivo Geral

17/08/2016 7h00

Atualizada 16/08/2016 21h41

Aviso sobre compactação da aula no Caic/Unesco, em São Sebastião. Foto: Hugo Barreto

João Paulo Mariano
Especial para o Jornal de Brasília

Na primeira semana de volta às aulas após o recesso, os pais e estudantes que foram ao Caic/Unesco em São Sebastião, na tarde de ontem, foram surpreendidos por um cartaz. O papel dizia que, devido à greve dos funcionários da limpeza, as aulas hoje serão apenas no período da manhã. Essa não foi a única escola prejudicada pelo movimento dos terceirizados. Segundo o Sindserviços, se as pendências financeiras das empresas com os empregados não forem sanadas hoje, mais pessoas devem aderir ao movimento amanhã.

O diretor de comunicação do Sindicato, Antônio de Pádua Lemos, alega que o pagamento – de R$ 1.052,22 – e o tíquete de alimentação – R$ 27,50 ao dia – de agosto deveriam ter saído até o quinto dia útil, mas até agora nada.

“Isso ocorre há três anos. As empresas dão a desculpa de que o governo não fez o repasse, mas os funcionários não trabalham para o governo. Elas têm que pagar o trabalhador”, afirma o sindicalista. Ele denuncia ainda que, quando o funcionário liga para a empresa, recebe a informação de que não há nem previsão para o salário cair na conta.
Problema em todo o DF

Antônio garante que o sindicato está em contato com as empresas e cobra uma posição. Ele não sabe ao certo quantos dos quase cinco mil funcionários estão parados, mas garante que as escolas afetadas, atendidas pelas empresas Real e Juiz de Fora. estão espalhadas por todo o DF.

Versão oficial

A Secretaria de Educação informou que os pagamentos da pasta às empresas terceirizadas estão em dia, com contratos devidamente pagos até o mês de junho. A pasta argumentou que é preciso esclarecer que os contratos existentes com as empresas terceirizadas preveem o pagamento das faturas em até 90 dias após a emissão. Sendo assim, no caso daquelas relativas ao mês de julho, a emissão ocorreu na primeira semana deste mês. Os pagamentos são referentes aos serviços contratados das empresas. O governo ressaltou que salário e os demais encargos trabalhistas são de responsabilidade exclusiva dessas empresas.

Adaptação ao problema

De acordo com a vice-diretora do Caic/Unesco, Maria de Lourdes Marques, o horário reduzido de hoje foi a única forma de a escola conseguir sobreviver à falta de limpeza. O colégio recebe 2.380 alunos durante os três turnos.

Maria explicou que os funcionários da empresa Real, que presta serviço de limpeza para a Secretaria de Educação, reuniram-se na tarde de ontem com a diretora do colégio para denunciar a falta de pagamento de salário e do tíquete- alimentação.
Dos 32 empregados, apenas dois não aderiram à paralisação, que começou na tarde de ontem. Para a vice-diretora, essa foi a salvação da escola, já que ficou acordado que ao menos a limpeza dos banheiros seria feita.

“Fica complicado a escola funcionar nos três turnos sem limpeza. Recebemos crianças de quatro anos. A limpeza é essencial”, afirma Maria. É possível perceber que a sujeira já começa a se acumular no colégio, com papéis e folhas no pátio e sujeira no chão dos banheiros.

A reportagem do Jornal de Brasília entrou em contato com as empresas Real e Juiz de fora, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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